As "mãosinhas" de Marcelo e os défices de MMendes

Consabidamente, Marcelo é tão vaidoso quanto mediático e inteligente, e pérfido - defendem outros. Mas hoje a blogosfera, povoada de doutores, engenheiros, investigadores e de tipos que sendo tudo isso são também auto-didactas, decifram os discursos de Marcelo em dois tempos. E em tempo real...

Discursos que por vezes são contraditórios, superficiais, redondos - apesar da sua oralidade ser fluente - mas enfermam, por outro lado, ainda que subtilmente, do vício que denuncia Marcelo, i.é, este não pára de remexer na ferida por forma a manter o "joelho" de Sócrates a sangar de modo a que MMendes possa aparecer de bata branca e de seringa na mão para dar mais umas agulhadas miseráveis via conferência de imprensa. Azar, a coisa está a ter ricochete e Mendes já começou a ficar com a cara toda picada, mais parece o edil lisboeta que - infelizmente - pelo rosto se lêem os buracos que Lisboa tem num jogo de correspondências perigosas.

Então o douto Marcelo rebelo de Sousa atribui um 11 (nota de verdadeiro cábula) a MMendes, seu correlegionário de partido e amiguinho da política (se é que Marcelo tem amigos..) pela péssima performance política que Mendes tem na exploração miserável do caso Uni-connection (pela oportunidade, entenda-se...) e depois defende que o caso Uni-connection ainda está aberto, há que investigar etc e tal. Marcelo deve pensar que os portugueses são parvos ou que todos o veneram naquelas suas erudições domingueiras.

Não se percebe se aquele 11 é para Mendes, para o PsD em bloco ou para o seu próprio desempenho à frente do Psd que, como se sabe, se saldou por uma catástrofe política de que não reza a história.

Os partidos, como a vida, estão repletos de génios, e agora parece já existir um cemitério deles, tamanha é a genealidade (de trazer por casa).

Como Marcelo estava hoje muito rosadinho atribuo aquelas incongruências analíticas ao facto de ter apanhado alguma insulação no Guincho em dia de Prima-Vera...

Quanto a mendes pouco há a dizer, senão que agora caíu em desgraça junto dos seus próprios seguidores na S. Caetano à Lapa. Marques Mendes foi sempre um funcionário do partido, um ajudante de Cavaco, um burocrata, o homem-cinzento, o laranja-mecânico Parlamentar do PsD, um bom tribuno mas nunca um político com fôlego de vista para ter uma ideia consistente para liderar Portugal como PM. De modo que a cadeira de S. Bento será sempre grande demais para o seu rabiosque, e ao tentar sentar-se nela experimentará aquela sensação desagradável de mergulhar no alto mar povoado por tubarões.

Para ser curto e grosso: se MMendes soubesse algo de política não teria perdido a pouca credibilidade que conseguiu sedimentar ao longos destes 2 anos. Naquela conferência oportunista, como quem atropela um coxo a atravessar uma passadeira, Mendes demonstrou que não sabe que a credibilidade é como virgindade, uma vez perdida nunca mais se obtem.