domingo

Um País de paranóides, obsessivos e histriónicos

Há dois anos Portugal viveu um clima de terror psicológico mergulhado nos inesperados casos de pedofilia que ainda hoje se arrastam na barra dos tribunais e sem fim à vista, molestando a nossa consciência colectiva. Fica-se com a sensação que só o "bibi" é que comia as criancinhas ao pequeno-almoço, os outros players, alguns do PS foram removidos do poder, outros foram para a cadeia e Portugal ficou doente. Ferro Rodrigues foi despachado para a OCDE, o seu colega e amigo P.Pedroso foi "dentro", mas já cá está fora. Oxalá prove tudo quanto deseja, os outros são os outros, e todos nós fazemos os nossos juízos de forma tão justa quanto injusta nesta justiça lodacenta que temos, que sempre tivemos. Uma vergonha: majistratura, os tribunais, todos os operadores judiciais ainda deveriam indemnizar os portugueses pelo mau serviço que têm prestado aos valores supremos que juraram defender. A busca da Verdade e da Justiça. Volvidos 4 anos nem uma coisa nem outra.
Hoje coloca-se um outro problema a Portugal que está a ser explorado pelos media e pela oposição até às últimas consequências. Como se de facínoras se tratassem, sangue-sugas que parasitam tudo e mais alguma coisa: os media porque querem vender papel e publicidade para encher os bolsos aos "balsemões" que andam por aí, a miserável oposição porque quer remover Socas do poder a todo o custo. E o cds de PPortas ainda nem entrou em jogo (ocupado que está com a sua mini-guerra civil no Largo do Caldas), mas quando entrar os rombos ainda serão maiores, posto que a grande capacidade de PPortas é essa mesma: fazer intriga junto da oposição e explorar isso em termos de sound bytes junto dos media em que é expert.
No fundo, é um regresso ao passado mas já sem Independente. Tem agora a sic de balsemão para vender as suas pataculadas de notas pimba num cenário e stúdio bem cafona. Não sei se foi o arq. Tomás Taveira que decorou aquilo, mas se foi ele deveria estar a fazer outra coisa - ou a pensar nas amoras das Amoreiras ... - enquanto rematava o design da coisa ao cuidado de Balsemão.
Hoje Portugal vive um problema e uma histeria idêntica: à falta de melhor causa e desígnio nacional deixamo-nos afundar no lodo e embarcamos todos nesta porcaria da Uni-connection, que não valoriza a economia, a sociedade e o Estado. Antes pelo contrário, só penaliza a nossa imagem externa. É que nem a oposição ganha um "chavo" com estas campanhas negativas, como na 6ªfeira nas páginas do DN AV lhe chamou (ver link)
Qual é o investidor estrangeiro que pensa investir em Portugal sabendo que o País anda há um mês a discutir as habilitações académica do PM? O que pensará a própria comunidade internacional do povo português? Bem não é, certamente...
Isto seria engraçado se não fosse caricato e ridículo, mas infelizmente isto rouba as energias do poder (e da oposição) - pelo que desconcentra - dispersando as mentes na identificação das melhores política públicas para debelar os problemas dos portugueses.
Como cidadão português que ama Portugal, e acredito que todos os portugueses de bem pensem assim, fico preocupado com esta histeria colectiva persecutória de tipo pidesco ao PM só porque ele é poder. Se fosse um simples deputado amanhã nenhuma direcção de informação pegaria no assunto. Por aqui se vê a má fé da mediacracia vigente, de alguns analistas avençados e de alguns patrões da informação, já para não falar desse anão político em que se metamorfoseou MMendes do PsD - reduzindo o score eleitoral deste partido com vocação de poder quase ao nível do partido do táxi de Portas do Caldas.
Sejamos sérios: qualquer analista independente que de fora para dentro interprete hoje Portugal só pode concluir que somos um povo doente, temos directores de informação maníaco-depressivos, uma oposição miserável, um empresariado tão mesquinho quanto vingativo. E o simples povo que já andava alucinado pelos impostos que pagava ainda ficou mais doente com toda esta depressão.
Somos hoje um país em desordem emocional, perturbado socialmente, ainda por cima, para agravar as coisas, temos à frente da Europa um sujeito que em vez de planificar um modelo duma Europa sadia e desenvolvimentista, liderante no tabuleiro de poderes mundial, é autor do maior declínio civilizacional que a Europa experimenta destes últimos 50 anos. Mas Jaime gama pensa que não, por isso endossa públicamente o seu apoio a Barroso no própio Parlamento que fujão abandonou há três anos com o País a arder entregue a SLopes. Lindo!!!
Numa palavra: Portugal transformou-se num país de fóbicos paranóides, de pessoas obsessivas e histriónicas - lavrando problemas políticos evitáveis, mas também de consciência pesada numa nação que tem quase mil anos de história.
Afinal, tanta história para vivermos assim, atrofiados...