O que há de comum entre eles?

UMA TROIKA DE VALORES NA DEMOCRACIA PORTUGUESA, EUROPA E ALÉM...

O presidente do Partido Popular Europeu (PPE), Wilfried Martens, defende que Durão Barroso se deve candidatar a um segundo mandato na presidência da Comissão Europeia, em 2009, noticia esta sexta-feira a edição online do Expresso. «Ele será o nosso candidato», afirmou Wilfried Martens, em entrevista ao semanário, ressalvando que, para isso, Durão Barroso terá de manifestar vontade em se recandidatar e o PPE continuar a ser o partido «mais importante no Parlamento Europeu».

Paralelamente, e tomando em linha de conta a insistência que Carmona denota em não querer demitir-se de edil da Capital, especialmente após o que se tem passado em "n" situações que que vão da corrupção ligeira à corrupção grave punida pelos códigos, o que até já levou o Tribunal Administrativo a alegar perda de mandato do edil por violação de regras e princípios básicos de direito, - leva-nos a pensar que entre aquele ex-PM (desertor) num período delicado da evolução económica de Portugal - que tudo precipitou (queda do governo, nomeação monárquica de sLopes para PM sob cumplicidade de Belém), deixando a autarquia vaga logo preenchida por Carmona - e o actual edil alfacinha há, de facto, uma relação estreita.

Ao fim e ao cabo se Durão não tivesse desertado, Lopes jamais teria abandonado a Câmara para ir a correr para o Palácio da Ajuda passar aquela vergonhosa tomada de posse. Logo ,também Carmona não teria saído donde estava. Hoje os estragos feitos na cidade de Lisboa (buracos, falta de planeamento, insegurança, péssimos transportes, mau urbanismo, ausência de uma política de habitação, etc, etc...) - embora cometidos no dia-a-dia por Carmona não deixam de ter, ainda que simbólicamente, a assinatura de Durão Barroso.

Outro aspecto comum entre eles é o seguinte: ambos foram e são maus governantes e ambos estão agarrados ao poder de forma obsessiva, doutro modo já teriam pedido a demissão. E agora, para prolongar esse código genético na política ambos - dão um salto para a frente e se perfilam para continuar os erros, falta de visão e de projecto. Um em Bruxelas a danificar o que resta do estatuto global da Europa agora a 27; outro em Lisboa, vendo a melhor maneira de enfiar a Capital numa cova no Alto de São João...

Por este andar irão de certeza ser medalhados por Belém, de par com Souto Moura. Aliás, como o pódio tem três posições (ouro, prata e bronze) sugeríamos daqui a Cavaco para instituir a medalha de ouro a Souto Moura por ter descoberto os pedófilos, os ter julgado e punido; a Durão a medalha de prata pelo exemplar apego e zelo no cumprimento das suas funções de PM em Portugal, apesar do mandato de 4 anos se ter comprimido em dois (técnica em que Guterres foi pioneiro); e a medalha de bronze irá direitinha para Carmona por ter conseguido colocar Lisboa na rota da periferia e da exclusão da rede de cidades europeias - sob pretexto da falta de planeamento e de modernização do tecido urbano.