sábado

Águas estagnadas

Sempre que vejo Fidel Castro a arrastar-se na caixa negra penso logo que ele vai fazer o discurso da sua própria morte em pleno directo. Mas depois lá aparece outro "grande democrata", o sr. Hugo, e a coisa lá se recompõe, são dados uns passos cambaleando, fazem-se uns gestos meios histriónicos e remata-se o slogan que tem aprisionado um povo durante meio século: pátria ou muerte...
Confesso que não sei bem o que o slogan significa, mas creio que é miséria, subdesenvolvimento e falta de liberdades. Por outras palavras: uma vil ditadura ocultada num sonho impossível de realizar, e assim aquele regime unipessoal se cristalizou algemando todos e cada um dos cubanos que alí ficaram vegetando em nome desse comunismo soviético a que Cuba só agravou as condições de vida.
Mas lá bem no fundo o que vejo é um homem doente, que sempre foi doente, um paranóico que capturou o poder vindo lá da Sierra Maiestra em 1949 e durante meio século nunca soube o que fazer com o Poder, senão matar e mandar matar todos aqueles que internamente dele discordaram. Neste sentido da história Fidel é um assassino legitimado pela sua própria ditadura.
É um homem que nunca muda de opinião, é um pedaço de água estagnada que cria répteis mentais.
A quem escreverá Fidel senão a Deus - rogando o adiamento sine die da sua própria morte. Mas como é tão mau nem já no inferno é desejado, votando-se a viver mais uns dias neste purgatória de vida.