quinta-feira

A história da Bíblia: África, China, Manel Pinho e nós

Quem não sabe já que a Bíblia é o livro mais vendido em todo o mundo!? O que não deixa de ser um non sense, na medida em que como se trata da Bíblia deveria ser oferecido e não vendido, mas adelante. Diz-se até que depois dela o Das Kapital e O Principezinho de Carlinhos Marx e Antoine Exupéri respectivamente - são as obras mais vendidas em todo o mundo.Estes rankings pouco interessam, até porque o romance de SLopes também vende ao lado de Arlinda Mestre e Carolina Salgado, uns e outros, "pérolas" de supermercado que até tiram vontade de olhar para as batatas espanholas e os repoulhos belgas que cá nos chegam, para desfeita dos agricultores nacionais. Sucede que o núcleo da história não tem nada a ver com repoulhos nem com batatas, nem com Slopes ou Arlinda Mestre. O que aqui se faz míster é a forma como hoje Portugal, e todo o mundo lusófono está sendo (neo)colonizado pela China. Toda a ex-África lusofona está inundada de chineses, embora exista sempre um fosso cultural e linguístico entre eles. Mas esse fosso também não é menor entre os portugueses e o manel Pinho, que está longe de tudo, até do bom senso.
A este respeito existe uma história que pode representar melhor o que se pretende significar nestes novos fios da história. Uma história conhecida de quando os missionários europeus chegaram a África. levaram a Bíblia, e os nativos tinham as terras. Mas, a dado passo, os europeus disseram: Vamos rezar, e os nativos fecharam os olhos respeitosamente e rezaram. Quando os abriram eram os europeus os donos das terras e os nativos os portadores da Bíblia. Esta história foi contada por Desmond Tutu da Áfica do Sul.
No outro dia as baboseiras crónicas de Manel Pinho from China evocaram-me esta história, só que agora somos nós, os tugas, os "novos negros da Europa", e eles, os chineses, os novos brancos do mundo. É impressionante as voltas que a meretriz da História dá.
No fundo, a Bíblia pode ser a verdade, mas não é toda a verdade e nada mais do que a verdade...