António Câmara - Presidente da Y-Dreams -
António Câmara deixa-nos uma ideia interessante para potenciar e estimular a nossa criatividade empresarial nos mercados emergentes. É pela destruição criadora (J. Shumpeter), pelo design, pelo marketing, pela introdução de valor acrescentado em toda a nossa cadeia de valor que se deve apostar, e não em salários terceiro-mundistas conforme referiu na China M.Pinho, o ainda ministro da Economia. O qual deveria ler este artigo sem que a seguir dissesse mais meia dúzia de bernardas que fizesse estremecer ao mesmo tempo a Muralha da China e o Portugal-profundo. Quanto a António Câmara - além de empresário também é um académico, seguilo-emos com atenção e sempre que se justificar terá aqui o devido eco. Foi a 1ª vez que o citámos no Macro, não será certamente a última.
Aqui e aqui poderá ver um breve apontamento sobre este homem.Vale a pena...
Deveríamos criar um imaginário português na Índia e na China utilizando cenários reais em Portugal.
A visita presidencial à Índia e a do primeiro-ministro à China trouxeram aqueles países para o primeiro plano dos noticiários em Portugal.
A Índia e a China são hoje, e serão crescentemente no futuro, mercados que não podem ser ignorados. As empresas portuguesas têm-no feito, como as nossas reduzidas exportações o comprovam.
Sam Palmisano, CEO da IBM, proclamava no ‘Financial Times’ que estávamos a chegar ao fim da expansão colonial das empresas multinacionais. Esse fim está a ser ditado na China e, em menor grau, na Índia. Os insucessos de muitas empresas americanas na China, incluindo o Google, demonstram-no.
A transferência não editada de modelos ocidentais (e particularmente americanos) é rejeitada.
A adaptação às realidades locais obriga frequentemente à criação de parcerias com empresas chinesas, a antítese do modelo colonial.
Na Índia, a incorporação de desenvolvimento indiano em empresas estrangeiras é também claramente estimulada.
A qualidade e dimensão crescentes das empresas indianas e chinesas, e a presença de todas as principais empresas internacionais, transformaram esses mercados nos mais competitivos do mundo.
A Índia e a China mostram que as nossas firmas têm que apostar crescentemente na criação de produtos «up-market» com marcas reconhecidas, se querem triunfar globalmente.
Mas a Índia e a China não são apenas mercados.
São imensos reservatórios de talento que muitas empresas já utilizam em regime de «outsourcing» e que Portugal deve procurar atrair para as suas universidades e empresas.
A nossa qualidade de vida e a localização na Europa são extremamente atractivas para a juventude daqueles países.
Portugal está também a posicionar-se para ser um destino turístico e uma plataforma de distribuição de produtos de ambos os países na Europa.
Uma estratégia não-ortodoxa que facilitaria estes objectivos passaria por criar um imaginário português na Índia e na China utilizando cenários reais em Portugal nos filmes de Bollywood e Changchun.
Presidente da Y-Dreams
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