O combate à indiferença: o intelectualismo emergente
O Macro por ele próprio...
Vem isto a propósito da putativa ou alegada arrogância, indiferença, modos de ser e de estar e o mais dentro e fora do ciber-espaço. Ora, a blogosfera é já hoje a ferramenta mais madura do Rizoma, e até já tenho defendido que se deve criar nos curricula universitários a disciplina de Sociologia da Informação/Blogosfera: pode ser utopia, realismo - uma exigência nova da democracia de opinião que estamos vivendo e que revoluciona o quadro de relação:
1. Do homem consigo próprio (porque passou a ser o seu próprio editor, sem hierarquias nem obediências, salvo à sua própria consciência, daí a necessidade de ser hiper-responsável com o que pensa e escreve)2. Do homem com o seu semelhante e a sociedade3. Do homem como os poderes, leia-se as instituições sociais, culturais, económicas e políticas.
Mas lá deixei algumas ideias que me parecem nucleares, e agora as reafirmo:
1) esprit de missão
2) individualismo reflexivo
3) velocidade no tratamento das informações e dos factos sociais com peso político
4) cultura da razão - que conduz ao individualismo filosófico que, por seu turno, nos leva a ter mais Liberdade.
Terminei até com uma interrogação desafiante - desejando que a iniciativa fosse um sucesso, ainda que não conhecesse ninguém. Para o efeito, seria uma vantagem e uma virtude, dado que assim os dados não estão viciados à partida, como sucede amiúde por esses concursos fora... Ou não é assim!!!. Mas assim não fora interpretado, e depois foi um role de mal-entendidos e alguns disparates sem nexo e/ou fundamento. Isto apesar do Amok-She A memória perdida - ser um blog interessantíssimo, com um mote do Camus que vale sempre a pena meditar, e com uma pérola ao piano que faz inveja a qualquer cultor de boa música. Até eu que sou um leigo na matéria logo pensei que aquele piano tinha cauda..e escola, quiça também fala francês.
Conclui até com a palavra "Esperança" ... Não para induzir alguém a repetir o gesto trágico de Antero de Quental, mas para desejar boa sorte aos seus promotores. E não era por não conhecer as pessoas da organização que não lhes desejaria boa sorte... É que além de arrogante também nunca fui mal-educado. Nem com pobres nem com ricos, nem com pobres de espírito, nem com a generalidade das pessoas, pois é de pessoas que se trata.
Assim também não fora compreendido, mas daqui não decorre que as pessoas devam ler a Esperança no sentido do Antero, devem antes fazer um bom concurso de ideias, e, creio aqui, já estar a contribuir para ele com este meu 2º post.
Mas o que se pretende, afinal? Qual o meu objectivo (reflexivo) com aquele texto, que reli e não vejo nenhuma razão para o retocar...
Se o lermos bem, i.é, sem as lentes sujas e as diopetrias agravadas, talvez se possa extrair outras conclusões. Mas admito ter incorrido num mau português, nalguma dislexia, bacuradas gramaticais, juízos apressados, uma terrível ignorância sociológica e filosófica, deficientes articulações, etc, etc, etc..
Contudo, a ideia nuclear está lá: a de que a blogosfera está a revolucionar a forma de comunicar em Portugal. E não me reporto às chamadas "broncas" que são, de resto, de todos conhecidas, com plágios à mistura... Reporto-me mais à combinação daqueles 3 X 4 items acima expostos - que podem estar em gestação em Portugal e que constituem aquilo que poderei designar, à falta de melhor definição, o Objectivismo blogosférico.
Entendendo por esse "palavrão" um conceito que opera no seio do capitalismo post-industrial em que todos vivemos - que nos conduz, inevitavelmente, à 2ª chave da fórmula: o individualismo, outro traço dominante do nosso ciber-tempo. Daqui pode resultar, mal ou bem, uma sistematização mais avançada que tentarei expôr:
Não sou um advogado ilimitado desse ciber-capitalismo genético, que já é constitutivo da nossa própria civilização Ocidental, que, aliás, se incorporou na vida política, social, económica, cultural e até pessoal. Tudo isso está já enraizado no nosso subconsciente. Mas verifico que é ele o principal motor do egoísmo - que reproduz na blogosfera aquilo que pré-existe na sociedade de corte (como diria Norbert Elias) ou de "carne e osso" - do nosso tempo. Assim, reconhecendo aquela supremacia do capitalismo, identificamos a tal plataforma da razão - para, seguidamente, se alcançar o tal individualismo/egoísmo (necessários à produção teórica, visto que a reflexão sempre exigiu solidão). E, por extensão lógica, mais fácilmente se acede à formulação inicial que deu mote à reflexão: o intelectualismo emergente e o individualismo na blogosfera, que até o Jumento citou, creio...
Todavia, se virmos bem, estas reflexões são bem a tradução prática desse egoísmo - cuja cultura dialéctica se converte automáticamente em altruísmo - agora erigido em valor moral standard. Posto que é do esgoísmo que nasce a vontade de fazer, que depois se transmite ao grupo - que gera a cooperação, a generosidade, a simpatia, mas também o egoísmo... E vira-o-disco e toca omesmo... Isto está enraizado na cultura do Ocidente.1. A Razão - é a principal ferramenta do conhecimento;2. A produção de sentido - liga-se à felicidade (Aristóteles) que aquela ferramenta permite alcançar;3. E a Auto-estima - fecha o ciclo nesse saber viver em harmonia, ainda que a sociedade seja conflituosa e anárquica.
- PS: sugeria que para a próxima vez os críticos (e eu cultivo a crítica/dialética, mas com fundamento e rigor...) leiam o texto mais do que uma vez, que a avaliar pelos comentários não perceberam. Assim, não se cometerão erros de avaliação tão primitivos quantos denunciadores duma terrível falta de common sense. Espero não levem a mal, mas ler com atenção é uma coisa, ler pela rama é outra. Será como comparar o Tratado de Política de Aristóteles com o livro de sLopes, em que a bota não bate com a perdigota.
- PS2: Achei manifestamente exagerado (para não dizer ridículo mesmo) compararem a minha modesta pessoa a JPP. Contudo, confesso que me tenho em melhor conta, mas cada um é como cada qual e o Cesariny já morreu... E, já que me compararam, sem conhecerem o objecto da comparação - fica-se a saber que quem eu desejaria mesmo Ser era Cristo (ou seu pai - Deus) para estar sempre nas nuvens bebendo água condensada, sustentando a gravitação - e ver sem ser visto, qual modelo do Panopticon do Bentham também tratado pelo Foucault.. Enfim, tudo bons rapazes, embora estes já não concorram porque também já morreram..
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