quarta-feira

Matar o mensageiro...

Em séculos idos a política tinha outra natureza, os métodos eram diferentes e os resultados mais violentos e sangrentos. Pelo que os reis tinham como hábito mandar matar os mensageiros das más notícias, sendo que a finalidade não era eliminar a notícia, que subsistia, mas eliminar o veículo porque assim o rei tinha o pretexto perfeito de que aquela má notícia não havia sido entregue ao rei, e, portanto, dela também não tinha tido devido conhecimento. Todavia, não havendo hoje mensageiro, continuam a vir más notícias da Europa...

Com a diferença de que hoje já não há reis, e os que existem não mandam, estando essas funções divididas pelo povo, que é o soberano constitucional e as suas instituições e os eleitores que têm de receber os "mensageiros" das boas e das más notícias. Ainda assim, parece uma constante que muitos desses responsáveis políticos da Europa (e do mundo), se comportem como os velhos reis do outro tempo, dado que se recusam ouvir as más notícias e muitos deles declaram-se inocentes depois de passarem uma vida a mentir e a trair o seu povo - que assim se tornou vítima de tais perfídias e falsidades do poder. Se olharmos para a Europa e Portugal ao mesmo tempo, é legítimo perguntar quem é o mensageiro e, caso exista, cabe perguntar ao povo se tenciona cortar-lhe a cabeça (política)...