Poesia e o mais...
O universo das letras, tão relevante, como forma de expressão... Rabiscos... um aglomerado de letras que juntas se vão transformando em palavras, em frases, em expressões, esboços que revelam sentimentos, emoções, que contam momentos... momentos que contam uma história de vida... A negro impresso, letras que espelham o colorido da vida, cores por vezes garridas, outras vezes envelhecidas pelo tempo e pela dor, memórias escondidas, reveladas, gravadas para além do tempo físico e do espaço... Em quantas palavras estarão derramadas lágrimas de sangue, sorrisos, sofrimentos e esperanças?... Momentos de revolta e raiva, que nos fazem pensar, como somos pequenos perante a força da natureza, perante as vicissitudes da vida... Questiono-me se será isto poesia? Poesia está na verdadeira essência de cada um de nós, na coragem de erguer o rosto, mesmo coberto de lágrimas e continuar a caminhar em frente ao encontro do desconhecido... Poesia está na riqueza de carácter, está nos olhos e na beleza interior de cada um... Poesia é meu e o teu olhar sobre a vida!... "O que é a vida?...Um livro de paginas em branco que vamos preenchendo..."
By≈©≈Ňąd¡®
Nota: O dia 21 de Março, comemorado em mais de cem países, é a data promulgada pela UNESCO para ser celebrada como Dia Mundial da Poesia.
- - Poesia - manifestação literária que se diferencia da prosa, na forma e no conteúdo. A palavra poesia é herdada do grego, "poíesis", "acção de fazer algo", pelo latim - "poese", + "-ia" que significa "criação". Posted by ≈©≈♥Ňąd¡®♥≈©≈ to Meu Querido Diário at 3/21/2006 12:05:00 AM
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Tenho visitado o espaço, ou melhor os vários blogs de Nadir, de forma intermitente. Como sou um "bronco" em matéria de Poesia pura tenho também pouca apetência e sensibilidade para esses momentos de devaneio da alma. Mas este, confesso, pela simplicidade e pureza, suscitou-me atenção. De facto, a poesia é criação, e para ser um criador tem que se estar vivo. Mas não basta, tem que se ser atento, sensível e dispôr, claro está, de algum arsenal vocabular. O resto vem com uma técnica que amadurece com a própria experiência, mãe de todas as coisas.
Mas ao ler este fragmento da autora lembrei-me que muitas faculdades de letras - até porque o texto começa, curiosamente, por - universo de letras (...) - propõem cursos baseados na leitura comentada de 30/50 talvez uma centena de "grandes obras". Ora, é nesses pacotes culturais que cabem, ao lado da produção de poetas e romancistas, textos de natureza filosófica, histórica, sociológica, de natureza política entre outros. Aliás, Eça, Pessoa, Vieira, Camões foram (os quatro) grandes porque também foram abrangentes, tocaram todas essas cordas da condição humana. Um homem não o é só quando vota, mas quando come, quando escreve, quando vai ao cinema, quando viaja, quando convive e quando é tudo isso ao mesmo tempo. E até quando não é nada e e tudo, contra-vontade.
Vide o caso do genial Fernando Pessoa... Para muitos um alcoólico que se enfrascava diáriamente no Martinho da Arcada, fazia uns versos no intervalo dumas traduções e rectroversões manhosas e rematava tudo isso com Publicidade - já que também aqui foi o pioneiro em Portugal. Quem já não se lembra da campanha para a Coca-cola: primeiro estranha-se, depois entranha-se... E o mais grave é que quando concorreu ao lugar de bibliotecário de um centro de documentação na vila de Cascais as "bestinhas" dos membros do júri chumbaram o génio das letras lusas com o fundamento de que dominava a língua portuguesa... Isto dá que pensar, e muito!!!
Pelo que todo aquele que ler, ou souber ler grandes obras e geniais autores - claro que isto é mais exigente intelectualmente - um Aristóteles, um Homero, um J. Locke, um Newton ou mesmo um C. Darwin ou até o Carlinhos Marx - que falhou quase todas as profecias que fez, até em Setúbal - o que prova que o PCP continua a ser a maior fraude do ideologismo anti-democrático contemporâneo, - consegue - dizia - desenvolver um nível de profundidade intelectual que está infinitamente para além dos chamados falsos profundos - que têm, infelizmente, garantido sucesso de bilheteira. A esses, entre os quais se encontram - por ex: um tal Paulo coelho - que faz as delícias de muitos homens e mulheres de bem deste Portugal alienado, - só pode caber uma qualificação: o chamado "roubo criativo".
Mas este não é o momento para teorizar plágios sofisticados que só os mais prescientes detectam à lupa fina, apenas uma reflexão de lana-caprina da sociologia da literatura e da cultura que aconselha uma ideia básica, especialmente para todos aqueles que reconhecendo algumas limitações não tiveram, por qualquer motivo, formação mais aprofundada neste domínio. Daí a oportunidade desta nossa simples reflexão e momento de partilha puro. É que a leitura dessas grandes obras (vulgo clássicos) - sem relação directa umas com as outras, é bastante recomendável. Não só para se dizer aos amigos que se leu Eça, ou que já se pode "enxertar" o perfil deles nos blogs, mas sim porque são trabalhos maiores da genialidade humana que contrastam, de forma gritante, com meras compilações decorrentes de plágios sofisticados alicerçados no pensamento oriental ou na matriz zen.
Já não sei porque me ocorreu expender este comentário, talvez porque hoje não se vejam publicados grandes autores: os que sabem reproduzir o que vai no espírito, denunciando toda a filsofia do Ser, a história, a ciência desse suceder real, já que a literatura é muito mais do que a poesia. Ela é uma combinação e uma harmonia mais ou menos perfeita dessa literatura do suceder imaginário - integrada por elementos da própria realidade, embora construído, de certa forma, por um outro plano da existência.
Mas toda esta digressão pela sociologia da cultura porquÊ? Para estragar a poesia supra (!!??), que aqui publicamos com a devida autorização da autora... Certamente que não. Fazemo-lo, em primeiro lugar, e em nosso entender, pela valia intrínseca daquele fragmento; em 2º lugar porque como diria o poeta e dramaturgo Federico García Lorca (que aqui homenageamos e que foi baleado na nuca com o fundamento de que seria mais perigoso com a pena do que muitos com um revolver):
- Os poemas são feitos para serem recitados, porque num livro estão mortos.
- .. Esperemos, ao menos, que nos blogs possam ressuscitar.
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