sábado

Posta do dia: teoria do Amor

O amor é um golpe baixo que nos é aplicado para garantir a continuidade da espécie. Somerset Maugham, 1874-1965, escr. inglês, A Writter's Notebook, 1949.
  • As relações humanas, ah, as relações entre homens e mulheres, homens e homens, mulheres entre si estão sempre em processo de revisão, em reponderação. Será este (re)pensar permanente que confere preocupação à vida!? E quando a paixão é sentida de forma mais intensa, como nos diz R. Robinson... Quando alguém termina uma relação segue-se a revisitação da história que a precedeu. Segue-se uma recapitulação do folhetim dessa mesma "ralação". Chego mesmo a pensar que a história dos desaires amorosos entre as pessoas integra o método histórico que o historiador (e ficcionista) José Hermano Saraiva utiliza nas suas deambulações divertidas pelos Castelos de Portugal. Aquele homem é uma força da Natureza... Aprende-se história mas também arte de reprentar, estética, comunicação e o mais. Bem haja J. Hermano Saraiva!!! Mas dizia que quando um dos termos da relação descobre que o outro andou a pular a cerca ou a escapar pela janela do quarto dos fundos - tudo o que precedeu essa relação entra em processo de revisão. Tudo muda: os afectos, as percepções, até os factos ocorridos ganham nova forma e textura. Tudo é revisto, portanto. Aquela noitaça em que se bateu o récord, os beijos, as carícias, os chupões, as chuponas, as palmadas, as palmadinhas, as loucuras... - tudo quanto foi entrada e saída, input & output é agora, desencavilhada a bronca, revisitada e reavaliada. É nisto que consiste a teoria do Amor. É sempre no post-factum que se descobrem as razões de certos cansaços, certas inércias, indiferenças. O que aqui procuramos salientar, à luz das pequenas experiências múltiplas que vamos registando vida fora, é que, de facto, o Amor é fod...., a revisão é longa, e um anjo de pessoa - num ápice - transforma-se num diabo à solta que urge encarcerar. Os mais fracos - não sabem lidar com estas imprevisibilidades e entram em disfunção post-traumática (permanente), ficam obsessivos-compulsivos. Hoje, quando sei como está um determinado "amigo" (com muitas aspas) encaixo-o logo nestas categorias de funcionamento comportamental. Sinto pena, compaixão.. Mas que poderei mais fazer senão um breve apontamento de reportagem como este?!!! Apontamento de reportagem!!! Ah, quem já não se lembra dessa vox magnífica que fazia esse programa: a vox do grande Raul Durão.