"Comprimido Portugal" - versão cosmopolita -. Crónica duma morte anunciada
De facto, este Compromisso Portugal trouxe-me memórias, catapultou-me para um passado nobre e grandioso em que a banca e os banqueiros se convertem por um dia o Robin Wood nos novos tempo da globalização, em que o altruísmo e a generosidade substitui a gula do lucro fácil e rápido, etc, etc. Entalado nesses taipais da memória do tempo que passa dei comigo alagado em lágrimas, ouvindo o famoso - We Are the World Aid For África.
Aí visionei caras antigas mas ainda bem presentes na minha memória: o fulgor de Lionel Ritchie, o pedófilo M. Jackson (hoje mais escacavado e sem glória e desprezado por todos), o Art Garfunkel (mais mirradinho), ainda por cima ladeado pelo Kenny Roger (que deve ter uns 2,8o m), a vox profunda e inconfundível de Diane Warwick (a pantera), a majestosa e selvagem Tina Turner, o Bruce Springsteen (com aquele ar traulitereiro confundindo-se com um forcado de Vila Franca), o sui generis Al Jareau, H. Lewis, a tontinha da Cindy Lauper (hoje deve estar pior, uma velha tonta, é o que é...), a escanzelada da Dianne Ross (que já então snifava coca como hoje os miúdos jogam na consola dos computadores), o clarividente Stevie Wonder, o soberbo Quincy Jones entre outros...
No fundo, é disto que falo...Por analogia ao Compromisso Portugal... WE are THe World (with words)
.. E quando se tenta olhar para os players que fazem aquela agremiação de interesses, mais parece o conselho de administração do Citybank, não consigo emparelhar em nível de qualidade cada um daqueles artistas do Aid For África com o sr. Carrapatoso, o sr. Nogueira Leite, o sr. Espírito santo Bacardy e tutti quanti. Mas se me pedissem para emparelhar o sr. carrapatoso não hesitaria, pela demagogia, pela superficialidade das propostas - porque ele julga que um país tem a mesma racionalidade económica que uma empresa e se gere de igual modo - em equipará-lo a Stevie Wonder. Não por este ter nascido cego e nunca ter visto a luz do dia, mas porque nem mesmo com óculos do sr. Voda-Voda enxerga alguma coisa. Muito menos equacionar as grandes linhas estratégicas que estruturam o futuro de Portugal.
Só faltou saltar para o palanque do Beato e, de braços abertos e todo esganiçado, começar a berrar - We are the Children We are the world, We are saver who's gona still your money as soon as possible... (com still como refrão).
Por isso, é que quando hoje assisti a essa "marmelada" banco-burocrática da alta finança em Portugal reunida no Convento do Beato não pude deixar de supôr, ainda que por segundos, que aquela gente se julgam artistas de 1ª linha que estão a vender ideias para África - que são os 10 milhões de tugas, ainda por cima pessoas responsáveis que pagam os seus impostos e não cometem o crime de fraude ou de evasão fiscal e não vão a Belém tomar chá com o PR, que deveria ter mais cuidado com as pessoas que recebe no Palácio Rosa.
E de convento em convento marcha este Portugal...
<< Home