sábado

Secret Garden... made in Portugal

Acelerado pela H. VFR 800 - a melhor moto do mundo - auscultando o Quincy Jones e o velho Barry White (que faleceu o ano passado) - soletrando o Secret Garden ... dou comigo a pensar numa das duas rotundas de Ca-ca-Velos - com a areia & mar on left-side e mato & cimento armado no contra-lado: afinal, estamos em Portugal. Que bom!!!, como diria a InÊs.. - percorrer aquilo em velocidade-3 - roçando com ponteiros nos 215 Klm (em 800m de recta). Dizem que o bronze fica mais espesso e a visibilidade da estrada afunila.. Mas nc se deve deixar de pensar em Portugal. E mesmo a altas rotações as reservas sobre Portugal se colocam, embora se possam esbater nas outras reservas - as da Selecção. Mas paremos um pouco a rotação da máquina e pensemos na impunidade dos nossos crimes: pedofilia praticada com conhecimento público há anos e so far - rien; os eleitos são uma massa disforme, como aqueles rebanhos de cabrinhas misturados com gado grosso que se avista das pradarias americanas; o nosso sistema judicial é um caracol cheio de lepra e buracos, por onde passam as fugas e todo o género de micro-crimes que emperra depois a máquina fiscal; os empresários levantam a tenda e levam os seus capitais & hi-tec para outro lado; as dívidas do Estado aos privados são mais do que muitas; as filas da saúde parecem as das pessoas comuns na Rússia para comprar carne e pão; educação, agricultura, ambiente.. não há sector ou sub-sistema da governação que se diga - ali há obra. O nosso Parlamento virou albergue espanhol... E é aqui que valerá a pena re-acelerar e fazer um cavalinho... para dizer: o abuso de confiança do funcionamento das nossas instituições - jamais poderá validar a noção jurídica de crime, simplesmente porque está vinculado à qualidade do regime político, ou seja, dos políticos, dos juristas e da globalidade do processo que daí resulta. Concluo que mais valia não termos leis nem instituições. Nada nos garante que assim - no caos - viveríamos pior. É terrível dizer isto: mas cada vez que uma lei se aplica em Portugal fico sempre com a sensação que se abre a porta a centenas de crimes. A (inércia) da lei protege-os, promove-os - porque neste mercado do crime público há sempre alguém que ganha com eles. Há sempre alguém que fura a bondade das leis e faz a "desviância". Imagine-se que todos éramos netos, filhos, sobrinhos do Sá Carneiro... Como nos sentiriámos??? Ou pais de meninos violados pelos pedófilos cá do burgo que a Justiça não consegue setenciar (ou absolver se for o caso)??? O ideal mesmo é acelerar e percorrer as duas rotundas a 280 Klm em punho aberto e ir a planar sob a ponte 25 de Abril e fazer uma festinha na testa ao Cristo-Rei que ali deve estar cheio de câimbras.. Que hoje não devem estar presentes nas pernas dos nossos craques, sob pena de não trazermos a medalha de bronze para casa. Passar a 300 sempre foi a melhor maneira de sermos discretos. Tão discretos que não nos vêem...