sábado

Hoje é Sábado e a morte não é Nada!! Apenas uma Filosofia de esquina(s)

- Hoje é sábado, e a..... não é Nada!
- Apenas nos esgueiramos para o departamento do lado, com outras máquinas e tarefas, sem horários, todas mais leves e inimputáveis... Porque aí todos seremos responsáveis.
- Mas não deixamos de ser o que sempre fomos: eu sou eu, tu és tu - e ambos seremos o que sempre fomos um para o outro.
- Por isso, não nos devemos deixar de tratar pelo nome de sempre, tal como sempre falamos. Nem coloquemos um tom de vox solene, tipo conferência de tapete vermelho.
- Convém também rirmos como sempre rimos, sob o efeito das velhas piadas, ainda que discordando das referências sobre quem era quem no mercado do espectáculo e das influências mesquinhas.
- Seremos sempre a velha referência - um para o outro. Com graves e agudos, e poucas sombras. É isso a vida, cúmulo de passagens, tempos e contratempos, igual ao que sempre foi. Nem sequer conseguimos ter uma ideia precisa dessa continuidade, dessa eternidade. Será que rachamos o coração só por deixar de ver?! Hoje é Sábado, está sol e sopra vento. Amanhã logo se vê se chove. Continuamos à espera de um Godot qualquer nesses intervalos da morte - cujo prémio é a própria vida.
- Agimos assim, assado e cozido - sempre com um levíssimo conhecimento da existência, esse éter do esprit que nunca se vê mas se sente sempre. Aqueles que crêem que há vida para lá da morte percebem que esse tal espírito humano (que joga no imortal de Albufeira..., ainda existirá!!) está cá com um propósito mais relevante do que a mera acumulação de bens, status, fama & power. Os outros, são mesmo os outros, os que restam... Os que estão permanentemente focados num buraquinho com 1cm de diâmetro acima do pénis e abaixo do pescoço, i.é, no umbigo.
- Hoje é Sábado, sopra vento e também faz sol, amanhã..., logo se verá se os problemas do nosso tempo são apenas o resultado de nos termos esquecido do conhecimento da vida para lá da morte.
- Amanhã é Domingo e aposto que o homem logo se esquece do melhor que aprendeu e volta a pensar no superficial - (power, status...) que alguns julgam ser o essencial.
- Hoje, ainda é Sábado mas convinha que pensássemos um pouco e afinássemos pela ideia comezinha de que até os nossos corpinhos - mais ou menos empenados - são resultado do pó das estrelas que já desapareceram há milhões d'anos.
- E depois de amanhã é capaz de ser 2ª feira... Mas só o é cá, na Terra, porque de "fora", a contagem deve ser outra. E se assim fôr - de lá (nesse "fora") hoje (cá) não é Sábado e amanhã também não será Domingo.
- O tempo não passa duma convenção engendrada pelos homens para se controlarem uns aos outros. O tempo é uma m....! Apesar d'hoje fazer sol e soprar uma brisa nessa linha da eternidade, nesse pó-ante-pó das estrelas, dos corpos e dos milénios.
- Muitas pessoas são bem capazes de viverem fugindo, tentando escapar à mediocridade deste tipo de conjecturas - porquê - na essência temem a morte. Ela é simplesmente assustadora para ser equacionada, até ao derradeiro minuto. Quando somos putos dizem-nos que os nossos pais um dia partirão... Mas nós, porque somos putos, julgamo-nos imortais (juntamente com os nossos progenitores).
- Depois crescemos, ficamos mais conscientes e "doutorados" na morte. Primeiro assiste-se à partida de quem nos deu a vida, depois esbarremos contra a parede a 200 Klh - onde acordamos ao ler uma frase: meu filho, estás na próxima onda, agarra na prancha e surfa... Se conseguires faz o "túnel"...
- É aí que rebobinamos tudo de novo, e vamos perguntar às estrelas que idade é que elas têm. Hoje, de facto, é mesmo Sábado...
  • Dedicada a todos aqueles que amam a filosofia e tentam fintar a morte com conjecturas mais ou menos falaciosas: as conjecturas de Sábado.