Copianços e outras criatividades mnemónicas

A propósito dos métodos de ensino, processos pedagógicos e aprendizagens paralelas (como na economia) - citamos aqui uma passagem interessante do Prof. José Adelino Maltez - extraída do seu blog - Sobre o tempo que passa. Julgo que ela - a passagem - é tão libertadora quanto criativa. Até porque, como diria Marcello Caetano, "prefiro um bom cábula e inteligente do que um aluno marrão e estúpido". Estes estudos têm a vantagem de dizerem aquilo que todos nós já sabemos, e muitos daqueles avaliadores - muito provavelmente - passaram a licenciatura a cabular. Uns safaram-se e são ministros, outros nem tanto e fazem estudos destes que, afinal, comprovam que os oceanos têm água, os desertos areia e a Faculdade de Economia da Universidade do Porto tem quilotoneladas de dejá-vu. Andam estes trastes a gastar dinheiros nestes estudos... Amanhã ainda nos relatam, circunstanciadamente, e com fundos pagos pela União Europeia, que o céu é azul, mas quando está nublado deixa de o ser...

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• Prefiro notar no que há muito já sabia: 62% dos estudantes universitários portugueses confessam copiar, facto que, segundo estudo da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, é directamente proporcional aos processos de corrupção posterior dos futuros profissionais saídos de universidades de fabricantes de chouriços sebenteiramente memorialistas. Este ano, por exemplo, em cadeiras minhas da licenciatura, utilizei a técnica de admitir copianço oficializado: permiti que todos os estudantes trouxessem x caracteres de aide mémoire que obrigatoriamente juntavam às folhas do teste, valorizando a própria forma de a elaborarem. Assim, apelava ao esforço pessoal de compreensão e síntese e tentei incutir a capacidade de elaboração de glosas e comentários próprios. Estudar sempre foi pensar pela própria cabeça o pensamento dos outros.

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Nota: faça-se uma dúzia de xerox e envie-se cópia para o Conselho Nacional de Reitores constituído pela Brigada do Reumático dos octogenários salazarengos-democráticos&post-democráticos neo-ultramarinos mas que amanhã, se o regime mudar e regressar o império, serão do que for o novo consenso.