Diogo, o grande Freitas
Volta e meia o MNE, Freitas do Amaral anda nas bocas do mundo. Desde logo pela circunstâncias que rodearam a sua entrada para o governo socialista - que só aceitou depois de conhecer o elenco governativo. Comportou-se como se fosse o próprio PR: além de deselegante para com Sócrates que o recrutou, Freitas revelou alguma inexperiência política. Depois foi a crise das caricaturas sobre o islão em que Feitas não escolheu o melhor registo político-diplomático, dando até a sensação que se tratava de um MNE de um Emirado árabe que tentava fazer marketing com o Ocidente a propósito da venda de camelos, petróleos ou qualquer outra "especiaria" daquelas bandas.
Depois, para compôr a troika de dislates, o grande Freitas vai ao Canadá mostrar que não serve para coisa nenhuma. A estória é sabida e reporta-se ao caso lamentável do repatriamento de alguns portugueses que lá se encontravam em situação ilegal e que envergonharam o nome de Portugal. Entre esses portugueses e os figos, os mourinhos e os cristianos ronaldos vai uma distância abissal.
Freitas, onde quer que mete a mão, só faz asneira. A avaliar pelo seu experiente chefe de comunicações, ex-jornalista da sic, que fala com vox grossa, o sr. Carneiro Jacinto, perguntamo-nos por que razão tais erros se multiplicam nas "Nexexidades"... Mas Freitas não é Jorge Coelho, trata-se dum homem inteligente, culto e politicamente experiente... Não se compreende. Será da idade? Será da curvatura da coluna e da aversão às viagens nas carreiras aéreas??? Será por não estar a receber 6 vezes mais como administrador duma petrolífera? Não o sabemos.
O que sabemos é que são erros e dislates a mais para um homem deste calibre, que até já foi presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas e que ficou com o ódio dos EUA. Qual é, afinal, a verdadeira natureza deste "cadáver" político adiado? DEus escreve direito por linhas tortas, ou portas... Isto obriga-nos a sofisticar a malha analítica e a rasgar um novo horizonte de compreensão: um dia, um homem andava pela floresta e encontrou uma cria de águia. Levou-a para casa e colocou-a no galinheiro.
Tempos depois, um "naturista" tentou convencer esse homem de que essa cria tinha coração de águia e que certamente deveria voar. Só que o homem que a encontrou deu-lhe comida de galinha e educou-a como tal, por isso a cria nunca aprendera a voar. Isto, não obstante a insistência do naturista afirmando que se tratava duma águia e não duma galinha. Um pensava tratar-se duma galinha; o outro pensava tratar-se duma águia. Um pensava que o bicho pertencia ao reino da terra, o outro julgou-a parte do reino dos céus. E perante esta falsa consciência a ave fugiu para junto das outras galinhas.
Mas um dia, o naturista pegou na ave e jogou-a contra o sol e ela lá voou na sua direcção. Ficaram a saber que se tratava duma águia, mas também ficou a convicção que iria visitar, ocasionalmente, a capoeira das galinhas.
É claro que já se percebeu nesta parábola que o naturista é o PM, José Sócrates - que está farto de aparar os golpes ao "tio" Freitas da Quinta da Marinha. Sócrates quer é que Freitas levante vôo e vá pregar para uma outra petrolífera perto de si. Pelo seu próprio pé, e não empurrado. Sócrates agradeceria muito, o governo também juntamente com o país real. Depois aquela justificação de que Freitas se dá bem com todos os ministros é demais, leia-se ridícula!!!... Ele até parece o coordenador dos ministros a falar, i.é, o PM. Se não visse, pensaria que era mais uma tirada de Coelho na circunferência do quadrado onde o culto Pacheco discute alta política com Xavier e Carlos Androide, como diz Zeca da Nau num blog muito interessante - Lá vem a Nau Catrineta..
Freitas está, de facto, sem consciência de si, está políticamente alienado, obnubilou-se ideológicamente, é uma sombra na esquina da memória da política à portuguesa. Já percebeu que o seu capital político se esvaíu por entre os dedos do governo como grãos de areia. E antes de ir morrer à praia, Freitas terá, por certo, já combinado a fórmula da sua morte política com o PM - José Sócrates - que também nunca esqueceu o apoio que Freitas lhe deu vertido num parecer ambiental que há uns anos conferiu a Sócrates quando este era ministro do Ambiente. É, curiosamente, o mesmo que hoje terá de tratar da saúde política a Freitas: uma águia que nunca deixará de ser galinha; uma galinha que hoje não é mais do que um cadáver político adiado - para gaúdio de Paulo Portas, metade do Expresso e também para satisfação esgazeada de Pito Balsemão.
Conclusão: Freitas já começou a dizer que quer voar. Mas para que o faça em condições ele terá de se desprender das lembranças, dos costumes e doutras tradições que lhe causaram dor. Pois só livre desse fardo é que Diogo poderá aproveitar o resultado valioso da renovação que, não obstante os problemas de coluna e o medo de andar de avião, almeja.
Que Deus o ajude. Amén.
Curiosa é a leitura que nos faz o "Expresso" dos blogs em Portugal, referimo-nos, certamente, ao Jumento - que até dá uma "mãozinha" a Freitas para concluir que, afinal, o problema do sistema político em Portugal reside sempre na mesma questão: o dinheirinho... Ou seja, aquilo com que se compram os melões... Mas além disso, também são as regras deontológicas do bom jornalismo que estão em causa. Um assunto a acompanhar.
<< Home