quinta-feira

Os mancos do regime

  • Mais uma estória triste.., poderia chamar-se Crónica duma morte anunciada...
Image Hosted by ImageShack.usSeria plausível o resultado da Acta da AR, zelosamente a cargo de Jaime Gama, declarar que a debandada dos deputados da Nação se deve à ida do PM a Angola? Julgamos que não. Seria lícito supor que a aquela debandada se ficou a dever ao facto de muitos deputados trabalharem em casa, como os juízes e professores, e, assim se justificar aquela ausência? Julgamos que não. Seria, em terceiro lugar, legítimo aceitar que a ausência daquela multidão mansa de pessoas improdutivas zarpou do hemiciclo com a justificação dos ruídos provocados pelas obras a que Lisboa constantemente se submete, e resolveu, conformidade, levar os dossiers legislativos e fazer as leis na praia ou no avião a caminho do Brasil? Também julgamos que não. Então, a que se deverá tamanha ausência a meio da semana e num contexto de crise, ou melhor, de recessão económica nacional e em que é o próprio PM que pede austeridade ao país? Lembre-se que ele dá sempre o exemplo: passa sempre férias cá dentro... Nas matas da Tanzânia alí em Monsanto... Mas adiante.
  • Uma das respostas mais prováveis para este mistério, que já ensombra a política nacional, e ameaça fazer cair o PM, parece simples, segundo a explicação do Instituto Nacional de Próteses & Afins (INPA): é que muitos dos deputados, consabidamente, nunca intervêm nas sessões parlamentares. Cerca de 98% deles nem sequer se conhecem. E não falo da opinião pública, falo mesmo da relação que eles têm entre si. Apenas os deputados da "linha da frente" (que nem por isso são melhores) falam e promovem os seus pontos de vista no âmbito dos respectivos grupos parlamentares. Portanto, a maior parte deles não fala, não se vê, não produz, não legisla, enfim, não justifica o dinheiro que a República investe neles. É uma fraude constante mas que só se detecta nestas festividades sazonais. Trata-se, em rigor, duma turba de coxos que parasita a nação e exaure os recursos do Estado, já de si paupérrimos. Lembram-se o que Belmiro de Azevedo OPAs (sobrenome recente) dizia da reforma do sistema político? Se não se lembram recordamos aqui: dizia ele que com 120 deputados fazia a representação da Nação. Se assim fosse, agora já faltariam menos deputados e davam menos nas vistas. Agora 99 deputados logo duma vez, parece demais. É um pouco como um elefante dentro duma loja de procelanas, por onde passa f... tudo. É quase o número deles que Belmiro precisava para fazer a sua própria reforma política. ESpero que não se arrependa de ter dito o que disse quando souber o resultado da entidade de avaliação à sua OPA à Pt.
  • Em suma, como aquela centena de deputados são uns coxos - e para evitar problemas de trânsito à saída de Lisboa às habituais 6ªfeiras à tarde, entendeu por bem abandonar o hemiciclo dois dias antes. Ninguém leva a mal, pois não!? A Brigada de Trânsito agradece porque já não tem de fazer tantas operações auto-stop e multar os bêbados do costume; os comboios (TGVs da tanga...) também não vão a abarrotar para as linhas do Algarve, Ribatejo e afins; a 2ª Circular fica menos poluída; Lisboa respira melhor O2; há menos acidentes e prostituição em Lisboa; enfim, a qualidade de vida aumenta não só na Kapital como também no país. E a conclusão a que se chega é que nem Belmiro OPAs tem razão, pois do que Portugal precisa é dispensar os senhores deputedos em definitivo e governar-se doutra forma, quiça até de maneira mais democrática e eficiente em termos sociais e económicos.
  • Até o INPA corrobora estes diagnósticos e afirma, todo contente, que conseguiu junto da União Europeia arranjar mais uma linha de créditto para distribuir subsídios a fundo perdido para continuar a fornecer proteses às pessoas que estão no hemiciclo, sejam ou não deputados, e já pensam expandir a sua actividade a Angola, na sequência de contactos recentes e de protcolos assinados entre Sócrates e Dos Santos, conhecido pelo grande corruptor d'almas no Continente africano e um dos principais accionistas daquele empresa que se faz passar por INPA...
  • PS: Telefonam-me agora Benguela e dizem-me que esta peça era para entrar, mas era na redacção dum jornal local angolano. Querem ver que troquei as peças...
  • Temos aqui dedicado as nossas reflexões aos filósofos da história que nos ajudam a ler melhor a realidade e a ficarmos menos alienados com a cronopolítica. Agora é oportuno, além da justeza do acto, ofertarmos esta reflexão não aos deputados nacionais que não sabemos onde estão, mas a um dos grandes corruptos do nosso tempo, ainda responsável por milhares de crianças andarem com próteses em Angola. É para ele esta reflexão. No mercy...

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