segunda-feira

O empirismo lógico e o Tweety..

ESTA É UMA HISTÓRIA TRISTE...
Esta é uma história triste e entristece qualquer pessoa ou pintainho...
Há cerca de 2380 anos andava eu a estudar filosofia ao lado dos socráticos e pré-socráticos, mas o episódio que conto passou-se mais recentemente, há cerca de 230 anos, quando David Hume morreu; e a outra parte da história remonta à década de 60 do séc. XX. Portanto, há quase meio século... E apesar de ainda não ter 40 lembro-me perfeitamente do que irei contar.
Assim, quando me encontrava com Hume, David para os amigos, o objecto da nossa conversa, ou melhor do monólogo porque ele falava pelos cotovelos, era o emprisimo - que depois guiou Kant no seu pensamento. Duma forma muito sumária, David dizia que aprendemos pela via da experiência. Se nos queimamos no fogão a fazer o pato com laranja jamais esqueceremos essa dor, e para a próxima tentamos evitar essa sensação dolorosa. Para ele esta memória era a "ideia". E para o pintainho, o que seria???
Mais recentemente, quando Russel costuma vir comprar tabaco a Albarraque, encontravamo-nos a meio caminho, e como já na altura o IC19 era um verdadeiro cancro, graça ao sr. dr. Fernando Reboredo Seárá - (e a outros descarados que saltaram para a política para compensar outras frustrações e recalcamentos inconfessáveis), também conhecido por comentador da tanga desportiva que aliena Portugal, Sintra e arredores. O tempo que perdíamos na dita IC19 era aproveitado de alguma forma. Como? debatendo as virtudes do empirismo já no século XX, e é aqui que Russel entra - antes de dar entrada ao pintainho. Ele deu esse mesmo exemplo, apesar de grotesco: um pintainho, imaginemos o Tweety, que era o meu animal preferido quando me sentava diante do televisor a sorver os Desenhos Animados, no tempo em que ainda não havia donos da bola nem apitos dourados e o futebol era uma actividade sã e composto por pessoas com melhor carácter do que hoje... Esse mesmo pintainho passa pelo mesmo processo de aprendizagem quando nos queimamos a cozinhar o pato no fogão. Ou seja, o Tweety, o desgraçado do Tweety..., tem a experiência de receber diáriamente comida do seu tratador, que o alimenta regularmente quando passa pela capoeira. Logo, o pintainho tirará a conclusão de que há uma relação entre a passagem do tratador e a comida no comedouro. Deve ser isto que o Tweety certamente pensa. Mas um belo dia o pintainho não recebe a tal ração, e... Um dia, o tratador passa pela capoeira e torce-lhe o pescoço. E é aí que se dá, em toda a sua plenitude, o emprisimo lógico segundo Russel - para meu grande desgosto porque tinha uma enorme estima e consideração pelo meu Q. Tweety. Prometi vingar-me... Mas como, se os filósofos já morreram!!!