quarta-feira

O regresso do presente

Image Hosted by ImageShack.us Nunca pensei ter de comentar aqui o regresso d'alguém que, afinal, esteve sempre presente e se acha o dono pessoal-institucional-político e o mais do CDS e até da "estória". O tal que tinha a bolinha equidistante de coisa nenhuma (como o círculo de Pascal) para, assim, estar sempre de bem com Deus e com o diabo. O problema é que hoje já não sabemos onde pára a direita e mora a esquerda, dado que a globalização da economia e da cultura e as mobilidades múltiplas que tecem a mudança política no mundo misturou todos os fatores que determinam as grandes linhas com que a política, a economia e a cultura se cozem. Mas a novidade dejá-vu é o regresso do herói, talvez para concluir em directo na Sic o seu compêndio de doutrinas políticas prometido ao tempo da U. Moderna e que depois... Púm!!! De modo que a Sic será, doravante, o receptáculo desse compêndio de efeito retardado. O destinatário para "a aldeia global" do mestre Portas - o grande coveiro do cavaquismo que nas presidenciais teve de engolir e cínicamente apoiar. Apoio, aliás, que Cavaco bem dispensava, diga-se de passagem. Já agora, e por tributo à coerência em política, também seria dispensável que Cavaco abusasse da laringe para evocar grândola vila morena (cmo se fosse um Zeca Afonso ou um Sérgio Godinho, enfim, disparates de campanha), é que desafinou deveras. E para quê? Eis o lado macabro da política. E é aqui, nesta fronteira ténue, que a política se perde no teatro de 2ª, e este que é uma nobre arte de rae presentare (ié, de tornar presente o que está ausente) deixa-se ofender e colonizar sem ripostar. É pena!! Não havia necessidade... À ilharga, já se vê, o artista P. Portas irá dar-nos muita arte, muito teatro e muita música. Isto revela, por outro lado, o desespero de Balsemão - que hoje até já parece outro homem e denuncia ter uns 145 anos. Portas é, afinal (supostamente), o (tal) elemento salvífico para a Sic; a estação precisa de Portas - e os amigos são para as ocasiões. Portas vai, em suma, salvar o share da estação de Carnaxide e, ao mesmo tempo, devolver-se à política activa através da caixa negra - donde, aliás, nunca saíu por interposta pessoa: Limas, Telmos entre muitos outros testas-de-ferro que agora afiam facas e apontam baterias para fazer uma OPA ao desgraçado do Ribeiro e Castro - que nem sequer está cotado no mercado político e ainda busca o seu registo. E asim vai o mundinho da Sic, assim flui o mundo do dr. Portas, assim vão os negócios e os casamentos de conveniência entre a economia e a política; a televisão e o intelectualismo; as quotas de publicidade e a telégenia do mestre dos silêncios ausentes sempre presentes e ensurdecedores, como diria o M. Torga lá duma Serra para as bandas de Coimbra acima... Portugal virou, de facto, uma orquestra repleta de stradivarius... P. Portas é, agora, o freguês que se segue. Mas como diria a minha avó, quem não os conheça que os....
  • - Eu conheço-os, por isso não os compro!!!
  • - Até porque fumar mata. E se já é triste morrer naturalmente, morrer de cancro é uma tragédia.
  • - Quando é que é mesmo a OPA a Ribeiro e Castro...