sexta-feira

A evocação doentia do grande líder norte-coreano


Narrativas patológicas
- Nunca como naquele país a massa humana se subjuga aos ditames do grande líder, mais por medo do que por convicção; aliás, onde inexiste a liberdade só pode existir o medo das consequências de desenvolver um pensamento desalinhado com o grande líder e a doutrina oficial, cujo desvio é pago com a própria vida. Sem qualquer piedade.
- Na Coreia do Norte desenvolve-se uma terrível doença colectiva de subjugação plena e deliberada do indivíduo ao grupo, em movimentos ensaiados, mecânicos para engrandecer o grande líder. Cada um daqueles cidadãos norte-coreanos - em multidão - apaga-se completamente e age e reage como um simples robot hiper-programado para obedecer e bater palmas. Quem não obedece é excluído e triturado, como um parafuso torto que saiu da linha de produção industrial.
- A Coreia do Norte é, portanto, um caso clínico para observação atenta da psicologia moderna, e não é apenas na vida orgânica daquela sociedade fechada ao mundo e tiranizada pelo seu líder cuja preocupação central repousa na aposta nuclear, mas no funcionamento da própria inteligência humana e o papel desempenhado pelos fenómenos inconscientes na psicologia colectiva.
- Ao grande líder assiste-lhe a motivação do poder pelo poder, para ter mais poder na esfera internacional, de que a variável "nuclear" é o meio privilegiado para o atingir ameaçando a segurança regional dos Estados vizinhos da Ásia; ao povo compete-lhe obedecer estoicamente e de forma efusiva e disciplinada, fazendo dessas demonstrações públicas de obediência uma escola de lealdade sem limite ao líder. 
- Os norte-coreanos são, em suma, um povo sem espinha, sem coluna, e não a podiam ter, pois nunca conheceram a liberdade, a democracia e o desenvolvimento. Se há povo que desconhece a liberdade, na linha de pensamento de George Orwell, para quem o duplipensar é "lei", é o desgraçado povo norte-coreano, para quem a guerra é a paz, a pobreza o desenvolvimento, a escravidão a felicidade.
- Isto diz bem do que são as motivações humanas, e de quão diferem umas das outras no interior da sociedade norte-coreana e tendo em vista o poder pelo poder por parte do grande líder, e da subordinação do seu povo - por medo - aquele magno objectivo político que instabiliza toda uma região do leste asiático.
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