quinta-feira

Jean-Claude Juncker "Pecámos contra a dignidade da Grécia e de Portugal". Juncker é o novo herói moderno


Nota prévia: Jean Claude Juncker quer ter um papel mais activo na construção da Europa, hoje feita em cacos pela hegemonia e enriquecimento do directório alemão contra a pobreza da generalidade das economias e sociedades dos países europeus, em particular os do Sul. 
É curioso como este luxemburguês e anterior presidente do Eurogrupo - acusado de ser amigo do capital e responsável pela permissão de práticas ilegais de evasão fiscal denunciadas recentemente pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ) - se arvora, hoje, no grande defensor dos humilhados pela Troika. Essa redenção talvez ocorra com o fito de ganhar espaço na Comissão Europeia (e no quadro das suas instituições) - como o legítimo defensor dos países do Sul - Grécia, Portugal e Irlanda - contra a arrogância, prepotência e gula financeira dao austericídio imposto pela Alemanha - que tem enriquecido balofamente à custa das economias mais vulneráveis do Sul. 
Juncker, com esta tirada de mestre, consegue fazer apagar as graves acusações que sobre si impendem no âmbito do chamado caso LuxLeaks - que permitia a centenas de empresas multinacionais - quando Juncker era PM do Luxemburgo - de fugirem aos impostos, beneficiando assim grandes empresas como a Apple, Amazon, Ikea e outras. 
A esta luz, Juncker afirma-se como novo herói moderno, pois após ter feito - por acção e omissão - as maiores diatribes à Europa - beneficiando fiscalmente umas empresas em detrimento da maior parte delas - apresenta-se hoje à mesma Europa como o grande amigo dos povos humilhados pelos métodos ultra-liberais da Troika que espoliaram as economias do Sul, entre as quais Portugal se encontra. 
Enfim, uma verdadeira quadratura do círculo desenvolvida pelo europeu mais afectuoso da Europa e que já foi chefe de Estado dum país minúsculo como o Luxemburgo, que os portugueses - por tristes razões - tão bem conhecem. 
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Jean-Claude Juncker "Pecámos contra a dignidade da Grécia e de Portugal"

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