Explicação Cavaco votou contra Mandela para proteger portugueses
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Obs: Creio que os interesses da comunidade portuguesa a residir e a trabalhar na África do Sul, muita dela oriunda da Madeira e de extractos da população baixos, seria melhor salvaguarda se o então primeiro ministro de Portugal tivesse feito uma declaração de voto favorável à libertação incondicional e imediata de Nelson Mandela da prisão. Dentro dela ninguém pode negociar livremente, circunstância que acicatou ainda mais as populações. Mas Cavaco, líder dum país pequeno e satélite da super-potência mundial - os EUA - e do RU - optou por querer agradar àqueles dois países - com quem tinha e tem interesses atlânticos convergentes, colocando-se numa posição subalterna.
Foi uma decisão condicionada, dependente, uma decisão não-livre que nos envergonha, ainda que cavaco, numa lógica de auto-justificação e de mau-pagador - queira, hoje, quase 1/4 de século volvido - reinterpretar hipocritamente a história e pôr-se no lugar do homem bom contra o papel de carcereiro que acabou por fazer, ao lado de Reagen e Tatcher, a dama de ferro - que consideravam Mandela um terrorista.
Cavaco é, hoje, um homem acossado e perseguido pela história que, um dia, dele dirá que não passa duma nota de pé-de-página que fez muitas auto-estradas, escolas e hospitais com os dinheiros comunitários, mas que, não obstante esse contexto financeiro de "vacas gordas", não soube modernizar nem desenvolver sustentadamente Portugal.
A face acossada e crispada com que fez as suas lamentáveis declarações, procurando desesperadamente justificar o injustificável, denunciam verdadeiramente o seu íntimo, e este foi claro: quando podia estar no lado certo da história, cavaco optou por assumir o papel do carcereiro. Foi pior a emenda do que o soneto...
Confesso que esta sua atitude, típica nele, não me surpreende.
Etiquetas: Cavaco, discurso auto-justificação, Mandela, não libertação
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