domingo

Recordar um fragmento de Kant

Kant recorda-nos que os homens se julgam superiores aos outros seres da natureza pela sua liberdade, pela razão e pelo poder; mas é precisamente por isso que são os piores de todos, os únicos que devem ser considerados moralmente maus.
Ora, desconhecer que ideia se deve fazer da nossa espécie é também duvidar de si próprio. Cada homem, ao julgar a história, julga-se a si mesmo como membro da espécie humana. É por isso que a coisa mais importante e mais urgente, é encontrar uma saída. É como voltar a ter esperança, essa coragem permanente como Hobbes defendia, que nos permita voltar a ter Esperança na humanidade, na nossa espécie, em nós próprios.
O que é difícil, senão mesmo problemático, quando se olha para o actual escol dirigente, na Europa e no mundo, e para as linhas políticas que se cozem em torno da construção dessa "escapatória" política para o rectângulo neste 1º quartel do séc. XXI.
Queremos ler um tratado sobre a esperança, não um tratado sobre o desespero.
A saída reside na melhoria da espécie humana, no progresso da filosofia da história, como advogava Kant. Essa reflexão pode ajudar os homens a compreenderem que não estão irremediavelmente perdidos, por sua própria culpa votados ao mal e à miséria.
Eis o combate da razão contra a desrazão que torna absurda a existência humana e impede, em boa medida, a consecução da esperança.
Mas kant não tinha ilusões acerca das intenções dos homens, pelo que é necessário procurar fundar a esperança na ideia de intenção da natureza, que pode afirmar-se mesmo contra a vontade dos homens e atingir uma ideia de progresso e de finalidade natural enquanto princípio da inteligência da história.

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