sábado

As maldades de Vitor Constâncio

Sabe-se que Vitor Constâncio subiu a vice-presidente do BCE, proposto pelo então PM e com a ajuda de Teixeira dos Santos, então titular das Finanças, após ter viabilizado, enquanto Governador do BdP, a nacionalização do BPN, que em 2008 ameaçava o sistema financeiro nacional de entrar em histerismo com os clientes a levantar em massa as suas poupanças. Nele funcionou o Princípio de Peter.
Constâncio, Belém e o PM - todos deram as mãos e enterraram os portugueses atirando para a fogueira do BPN mais uns milhões de euros, alguns dos quais fizeram enriquecer amigos políticos de Belém.
É um caso de polícia conhecido, mas para o qual a justiça nada fez, lavrando um péssimo exemplo de impunidade dos influentes, dos corruptos e dos poderosos. Uma amargura para a democracia, uma facada no estado de direito, mais uns milhões em contas de alguns particulares.
Sabe-se também que o actual titular das Finanças, Gaspar, tem bons contactos em Bruxelas, por isso não se compreende que na véspera Gaspar e o próprio PM, Coelho, nada tenham dito acerca da possibilidade de um 2º resgate.

Ontem, fica-se a saber exactamente o contrário, ou seja, o vice-pr. do BCE encarou essa possibilidade com vista ao ajustamento da economia nacional. Contraditando as vozes de Coelho e Gaspar. É como se estes fossem publicamente desautorizados pelo vice-pr. do BCE, ex-Governador do BdP.

Mesmo com a melhoria nas taxas de juros, os mercados podem sempre tramar Portugal, eis a teoria de Constâncio e dos demais eurocratas bruxelenses. Portanto, Portugal vive condenado à corda bamba.

Em matéria de reformas, pouco mais há a dizer a não ser que são os portugueses que as estão a pagar caro, sai-lhes do lombo - para alimentar o lombo de alguém, naturalmente. É, no fundo, lombo-por-lombo. O resultado líquido deste trade-of é um inegável reconhecimento de que o zé povinho está a ficar com pele e osso. Por isso, de pouco nos vale as reformas para consolidar a dívida soberana quando, no final, podemos estar todos exangues.

Por outro lado, o sr. Olli Rehn veio a Portugal recentemente, e parece não ter falado num 2º resgate que ora enche a boca a Constâncio, deu antes um estímulo fazendo votos para que regressássemos aos mercados em 2013, em melhores condições.

Por isso, ver agora Constâncio ser o mensageiro da desgraça é, no mínimo, estranho. Será que ele quer ir a presidente do BCE?

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