Assange: o novo bárbaro
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Público
"Conspiração"
O juiz de Westminster perguntou a Assange se aceitava ser extraditado para a Suécia, o que ele recusou. Confirmou ter tido relações sexuais com as duas mulheres mas frisou terem sido com "mútuo consentimento". Declarou que um julgamento na Suécia não seria equitativo. Disse que tanto a acusação como o mandado de captura se devem a pressões dos Estados Unidos.
O juiz considerou muito grave a acusação e recusou o pedido de liberdade sob fiança com o argumento de risco de fuga do detido.
Assange, de 39 anos, diz-se vítima de uma "conspiração". Na semana passada, declarou ser objecto de ameaças de morte e de represálias sobre os filhos. O juiz alargou a justificação da detenção: é também uma "medida de protecção", dadas as ameaças.
Assange diz temer que a Suécia aceda a um eventual pedido de extradição por Washington. Os Estados Unidos ainda não tomaram nenhuma medida legal contra ele. Estudam a possibilidade de o acusar ao abrigo da Lei de Espionagem. Entretanto, o senador republicano John Ensign pediu que fosse declarado uma "ameaça transnacional" aos EUA e outro congressista apelou a que a WikiLeaks fosse qualificada de "organização terrorista".
"Che Guevara do Séc. XXI"
Assange fez ontem a sua apologia num artigo publicado em The Australian. Numa espécie de carta aberta aos australianos, coloca o acento tónico na liberdade de imprensa: "As sociedades democráticas precisam de media fortes e a WikiLeaks é parte destes media. Os media ajudam a manter um governo honesto." Apresenta-se como campeão do "jornalismo científico" e escuda-se por trás da caução dos cinco jornais internacionais que com ele colaboram.
Acusa a primeira-ministra australiana, Julia Gillard, de querer "matar o mensageiro" que "revela as verdades sobre a sua diplomacia e os seus negócios políticos". Gillard ameaçou há dias retirar-lhe o passaporte australiano.
Enquanto prossegue a polémica entre os que qualificam a acção da WikiLeaks como "um acto de guerra" ou "sabotagem" e os que o legitimam em nome da "transparência", uma outra se esboça: o que pode fazer a Administração americana?
A Casa Branca sabe que a divulgação dos segredos diplomáticos e outros já em posse de WikiLeaks é inexorável. Resta-lhe minorar futuras fugas, restringindo o acesso às bases de dados sensíveis ou revendo as regras de classificação dos documentos. Não está nas suas mãos mudar a lógica da Internet. E a Administração Obama tem exactamente defendido a liberdade da Internet perante os países autoritários ou, ainda, o sistema de "governo aberto" no planeta.
Está, no entanto, sob fogo cruzado. No Congresso americano cresce o apelo à repressão implacável da "pirataria" de dados. Caroline Glick, uma influente analista israelo-americana, lança um desafio a Obama: "Na era do politicamente correcto de esquerda, podem as democracias defender os seus interesses nacionais?"
Os EUA - escreve - estão a revelar-se incapazes de proteger os seus interesses de segurança e os dos seus aliados. O que a WikiLeaks visa é "embaraçar e desacreditar a América", tornando patente "a impotência da resposta americana".
Obs: A "estória" deste Assange enjoa, o seu perfil e comportamento prenuncia um sujeito com comportamento histriónico, doentio, obsessivo e até uma necessidade compulsiva para a maldade, ao colocar em risco - voluntária e cirúrgicamente - a vida de milhares de pessoas: diplomatas, pessoal político e cidadãos em geral. A comparação a Che é abusiva, pois este ainda arriscou a vida em nome dum ideal que o seu amigo, e putativo assassino, o lagarto de Havana, Fidel, se encarregou de destruir desde a tomada do poder em 1959. Che vivia nas matas e era um guerrilheiro a sério, Assange não passa duma "bichona post-moderna" que vive entre gabinetes e quartos de hotel armado em 007 do séc. XXI. Admira-me que certos (sout- disant) jornalistas - com falsas e duplas identidades - que pululam nas caixas de comentários alheias do FaceBook - não tenham neurónios para perceber que a acção de Assange é, acima de tudo, um ataque contra os próprios jornalistas que ele, de resto, assume explícitamente. Depois, as informações de Assange não trouxeram nenhuma novidade útil aos povos e às sociedades, nem aos métodos e processo de fazer RI, ele apenas quis vulnerabilizar infra-estruturas ligadas ao Ocidente e, assim, fragilizar e embaraçar os líderes políticos dos EUA e da Europa - abrindo as portas à planificação das redes terroristas. A esta luz, a Wikileaks comportou-se como tal, e deveria ser dissolvida por ataque contra a humanidade. O objectivo de Assange foi, de facto, semear a desconfiança entre os dois lados do Atlântico, minar as relações entre EUA e Europa, destruir a liderança de Obama e desconjuntar ainda mais o já débil projecto de União Europeia. E só não o conseguiu porque as suas informações são de lana caprina. Não passam de mexericos, além de vulnerabilizar as infra-estruturas militares e civis do Ocidente europeu. Os segredos de Assange são dignos duma revista Marias ou Caras (sem ofensa para estas publicações cor-de-rosa), nessa ordem convide-se essa "maluca" a editar um desses projectos, talvez consiga ter algum êxito nesse segmento. Em matéria de julgamento, o sujeito deveria ser julgado nos locais onde os seus actos produziram consequências mais nefastas: EUA e Europa, pois eram esses os seus alvos, logo deveria aplicar-se o Direito Internacional (Público e Privado)desses ordenamentos jurídicos. E não, eventualmente, aquele que lhe for mais favorável. Deter o cidadão Assange por crimes sexuais é uma afronta contra a humanidade, é chamar-nos estúpidos a todos nós, muito provavelmente o sujeito é gay, e a ser coagido a ter relações sexuais com quem quer que seja - tais pressões partiram das mulheres, e não dele. Há qualquer coisa de Al Capone nesta detenção que nos convoca para o reino absurdo. E isso é tão lamentável quanto a prestação deste novo pirata das relações internacionais contemporâneas.
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