Música: a escapatória possível num mundo em movimento. Tributo a Fernando Lopes-Graça
A música é a escapatória possível num mundo sempre em movimento, que contrasta com tudo o mais que está parado. Começa onde a palavra acaba, é indizível, entra no domínio do espíritual, apodera-se do império do emocional e empresta um significado sensível à nossa inteligência, nas suas várias manifestações. Enfim, lugares comuns aqui repetidos. Matemáticos-filósofos, como Leibnitz consideraram a música como um exercício inconsciente de cálculo; a famosa Madame Stael via na música uma arquitectura de sons. Outros cientistas, mais hedonistas, reduzem-na apenas à sensação. Para J.J.Rousseau, a música não é mais do que arte de combinar os sons de uma maneira agradável ao ouvido. Helmholtz fala-nos da sensação física do som. Os psicólogos e filósofos, de Arist]oteles a Kant, passando por Hegel e Wundt, entendem a música como um sentimento, a linguagem da emoção. Os metafisicos, como Shopenhauer, Beethoven, amputam-na da realidade humana e consideram a musica uma realidade ultra-sensível e ultra-racional. Resta, contudo, deixar-mos aqui uma pequena grande questão, na companhia do autor de Hamlet: o homem cantou ou tocou primeiro, ou seja, praticou primeiramente a música vocal ou a música instrumental? Tha´s the question. E tal como nos ensinou Shakespeare, a coisa não é de fácil solução. Talvez até nem tenha solução, até porque a vida é uma eterna pergunta e uma eterna dúvida.
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