quinta-feira

Rui Pedro Soares recusa-se a prestar declarações na comissão

Os deputados da oposição acusaram Rui Pedro Soares de desobediência qualificada (Rui Gaudêncio (arquivo), Público.
Rui Pedro Soares acaba de ler uma comunicação inicial em que afirma que não irá prestar quaisquer declarações à comissão de inquérito. Perante a "versão moderna do coliseu de Roma" em que seviu mergulhado nos últimos tempos, afirmou, tem duas armas: os tribunais, aos quais já recorreu, e o silêncio, a que recorre agora.
O ex-administrador da PT começou a ser ouvido com mais de meia hora de atraso por causa de polémica entre os vários deputado sobre o funcionamento da comissão e antes de começar a ser questionado leu uma declaração em que lembrou que foi deduzida acusação contra si "apenas quatro dias úteis antes do início do trabalho desta comissão".
Afirmou identificar uma "conexão" entre o que se passa a nível judicial e os trabalhos da comissão, de que alguns membros pediram, por exemplo, que fossem enviados para o Parlamento o espólio das transcrições de escutas e o processo em que está envolvido, e ainda o facto de alguns deputados terem "produzido declarações públicas" fazendo associações entre a tentativa de compra da TVI pelo Taguspark e a intromissão do Governo no negócio.
Os deputados da oposição acusaram de imediato Rui Pedro Soares de desobediência qualificada, tendo mesmo afirmado que iam requerer a abertura de um processo criminal por desobediência qualificada junto da Procuradoria-Geral da República.
Agostinho Branquinho, do PSD, repudiou "veementemente" o facto de Rui Pedro Soares "procurar fazer uma conexão entre o facto de haver uma acusação e os trabalhos" da comissão, porque "põe em causa o que é basilar num Estado de direito: a separação de poderes [judicial e legislativo]". O PSD avisou que ainda hoje apresentará novo requerimento escrito para que Rui Pedro Soares volte à comissão.
Obs:
Um facto e duas interpretações. O facto é que os portugueses, com ou sem Sócrates como PM, enfrentavam um jornal da tvi de 6f. que era violador das regras básicas de jornalismo, subvertendo a deontologia da classe e incutindo nos portugueses, sobretudo aqueles que não têm filtros, toneladas de ódio por motivações políticas disfarçadas de bom jornalismo. Com Santana, Sócrates ou mesmo PPcoelho no poder aquele jornalismo de sarjeta deveria desaparecer, como desapareceu substituindo o casal Moniz na direcção da estação de tv.
Explicitado o facto, vamos às duas leituras que podemos fazer neste caso de eventual compra da tvi pela PT ou Tagus.
Por vezes, o excesso de zelo de alguns mega-assessores leva-os a querer mostrar serviço, arquitectar planos, delinear estratégias para mostrar aos colegas e à sociedade, e ao poder, que são diligentes e têm um cérebro genial. Esta é a lógica de um assessor em ascenção que quer sempre e mais.
Admito que alguns desses assessores, por excesso de zelo e algum narcisismo, tenham assumido esse perfil, mas a ser assim o tiro saiu-lhes pela culatra, por isso este pedido de desculpas ao PM, caso o seu nome tenha sido invocado em vão, faça sentido.
E nessa leitura, 2ª leitura, devemos sublinhar que o oportunismo de toda a oposição - que ainda faz política com base nesta comissão de inquérito, revela que mesmo com a entrada de PPC na liderança do PSD pouco ou nada mudou, ou seja, tentam abater o PM através da política da comissão de inquérito, nessa medida Coelho não se está a distinguir de Ferreira leite, que tanto criticou. O filósofo da Marmeleira, Pacheco pereira funciona como uma espécie de Manuela Moura Guedes em versão para-lamentar ao nível da comissão de inquérito.
Mas a questão que qualquer português se deve colocar, seja ou não figura pública, é a seguinte: gostaria de ter como modelo de jornalismo aquele que era produzido por Manela Moura Guedes?!
Tenho para mim, que nem PPCoelho gostaria.

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