Presidente morreu em acidente na Rússia
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Os restos mortais do Presidente polaco, Lech Kaczynski, falecido sábado num acidente de aviação na Rússia, foram hoje recebidos em Varsóvia numa clima de grande emoção e consternação por dezenas de milhar de pessoas.dn
Enquanto o povo ladeava as ruas à espera do cortejo fúnebre, o primeiro ministro, Donald Tusk, o presidente do Parlamento e chefe de Estado interino, Bronislaw Komorowski, e o presidente do Parlamento Europeu, Jerzy Buzek, acompanharam o féretro desde o aeroporto de Varsóvia.
Apesar dos desejos da família, o cadáver de Kaczynski não pôde ser repatriado juntamente com a da sua mulher, Maria Kaczynska, uma vez que o seu corpo não se encontra entre os 24 já identificados.
Na pista do aeroporto em Varsóvia, onde aterrou o avião militar polaco que transportou o corpo, encontrava-se também o irmão do presidente, Jaroslaw Kaczynski, encarregue esta madrugada de reconhecer o cadáver do presidente polaco.
Depois das honras militares e religiosas, o cortejo fúnebre partiu em direcção ao palácio presidencial, acompanhado por milhares de pessoas de todo o país, transportando bandeiras nacionais e fotografias do casal.
O resto do país permanece colado à televisão, num estado de comoção colectiva, semelhante ao vivido aquando da morte do Papa João Paulo II.
O porta-voz do Governo, Pawel Grass, anunciou a intenção de que o corpo de Kaczynski seja exposto no palácio presidencial, para que todos os polacos se possam despedir do presidente. No entanto, ainda é aguardada a autorização da família.
Após a tragédia, a Polónia decretou uma semana de luto nacional, quando prosseguem as investigações sobre a causa do acidente.
Tomasz Pietrzak, segundo piloto presidencial, descartou a hipótese de erro humano, ainda que os peritos russos que analisaram as caixas negras do avião não tenham apontado a existência de qualquer falha técnica do aparelho, um Tupolev.
O avião que transportava o Presidente da Polónia, Lech Kaczynski, e mais 95 pessoas despenhou-se sábado de manhã quando tentava aterrar no aeroporto russo de Smolensk.
Além do presidente polaco e da sua mulher, os principais chefes das Forças Armadas da Polónia, o governador do banco central e o chefe do Comité Olímpico da Polónia também morreram no acidente.
A comitiva ia participar nas cerimónias fúnebres em memória das vítimas da matança de Katyn, em 1941, em que pereceram mais de 20 mil militares polacos.
Obs: A Polónia, país martirizado ao longo de todo o séc. XX, primeiro pelos alemães de Hitler e depois pelos russos soviéticos pela mão bárbara de Stalin, e os polacos não mereciam mais esta tragédia humana na sequência deste trágico acidente aéreo, ainda por cima num contexto de cerimónias fúnebres em memória das vítimas da matança de Katyn. A história, por vezes, não revela nenhuma piedade pelo destino das pessoas de bem. A história é uma grande madrasta.
Etiquetas: acidente aéreo, Lech Kaczynski, Polónia
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