O cinismo em política e os limites da cortesia
Pedro Passos Coelho ganhou o psd com mais de 60% dos votos, e logo se apressou a ser inclusivo e a manifestar intenção de integrar os seus oponentes internos, Rangel e Aguiar-Branco. Facto que só lhe fica bem, até para mostrar uma imagem de unidade e de coesão que a sua antecessora nunca soube cultivar. O que não se compreende nesta estória são as declarações do mesmo Passos Coelho quando afirma querer contar com a intervenção de Ferreira Leite na 1ª linha do combate político. Será que que Pedro Passos Coelho quer converter a srª Leite no novo bobo da corte do partido e pedir-lhe que ela vá para a porta da Assembleia da República de megafone na mão defender que as reformas democráticas se fazem congelando a democracia por seis meses e, no entretanto, aplicar a ditadaura para reformar (compulsivamente) este nosso querido Portugal?! Será isto a 1ª linha do combate político a que Coelho se reporta por referência à srª Ferreira Leite?! Creio que este querer parecer bem, a todo o transe, revela um cinismo político que é pernicioso não apenas para o psd, mas para o país e para a formação da personalidade dos jovens que - não sendo completamente anémicos - conseguem distinguir um elogio de mérito duma bajulação dispensável nociva à república.
Etiquetas: Cinismo político
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