quarta-feira

COSEC volta para Estado quase duas décadas após privatização

COSEC volta para Estado quase duas décadas após privatização, in DD A COSEC - Companhia de Seguro de Créditos, empresa que disponibiliza soluções de seguro de créditos, com enfoque no crédito à exportação, vai regressar ao controlo estatal 17 anos depois de ter sido totalmente privatizada.
A empresa é líder em Portugal nos ramos de créditos e caução, tendo sido fundada em Dezembro de 1969 pelo Estado português.
Em 1989 deu-se início ao processo de privatização, tendo o Estado assegurado uma posição de controlo, da qual se desfez em 1992, com a privatização total da seguradora, tendo ficado o Banco de Fomento Exterior (BFE) como principal accionista.
A COSEC passou para as mãos do Banco BPI em meados da década de 1990, quando o grupo financeiro adquiriu o BFE, e mais recentemente, a partir de 2004, o banco liderado por Fernando Ulrich cedeu metade do capital social da empresa à francesa Euler-Hermes, que faz parte do universo da seguradora alemã Allianz (que detém 8% do capital do Banco BPI).
O capital social da COSEC é detido em 50% pelo Banco BPI e os restantes 50% pela Euler Hermes, o maior grupo mundial de seguradoras de crédito.
As associações empresariais têm defendido a nacionalização da COSEC no sentido de que o seguro de crédito é essencial para o apoio às exportações das PME, sendo este anúncio hoje feito pelo primeiro-ministro José Sócrates no Parlamento uma resposta a essas pretensões.
"Temos já a garantia de que os privados estão disponíveis para vender. O Estado quer ter uma intervenção directa nos mercados de seguro de crédito à exportação, assegurando que as empresas têm da parte do Estado o apoio suficiente que lhes permita exportar", garante José Sócrates.
Diário Digital / Lusa
Obs: Este processo de decisão revela várias coisas:
1. Que Sócrates está a dar o "litro" para facilitar a vida aos empresários e ajudá-los a exportar com mais e melhores garantias;
2. Que a engenharia financeira do Estado está ao serviço da economia nacional comprando instituições privadas que já foram públicas;
3. Que em momentos de crise e de recessão o empresariado pouco ou nada vale sem a alavanca do Estado;
4. Temos um Estado de "capitalismo-social" eminentemente vocacionado para o mercado. Parece um non sense, mas, na prática, não é;
O que pensará Belém desta iniciativa, já que de Belém nehuma ideia inovadora chega ao empresariado e ao mercado. De Belém, sopra um deserto, que agora foi para a Túrquia tentar vender o vinho nacional.
É curto...
PS: Lance-se uma OPA amigável ao PSD no intuíto de o tornar mais produtivo e, desse modo, passar a fazer melhor oposição em Portugal. Um dos seguros da COSEC, ora em vias de ser intervencionado pelo Estado, poderia cobrir a direcção da Manuela na Lapa nesta tarefa de auxílio à internacionalização da economia nacional.
Será que a Manuela é "opável"?!