Nuno Melo cabeça de lista do cds/pp às europeias
Nuno Melo encabeça lista para o Parlamento Europeu, in dn
O deputado Nuno Melo, vice-presidente do CDS/PP, vai liderar a lista do partido às eleições europeias avançou a edição on line do jornal Expresso. Os candidatos ao Parlamento Europeu serão aprovados esta noite no Conselho Nacional.
Nuno Melo sempre foi apresentado como uma das hipóteses para liderar a lista às europeias, a par de Teresa Caeiro e Diogo Feio.
Segundo o Expresso, antes de se decidir por Nuno Melo, Paulo Portas ainda sondou o presidente da Associação Comercial do Porto, Rui Moreira, que acabou por declinar essa hipótese.
O jornal adiantou ainda que o CDS tem feito estudos de opinião para uso interno, para avaliar o grau de notoriedade e popularidade dos seus principais rostos. De acordo com esses estudos, depois de Paulo Portas, Nuno Melo é o dirigente centrista mais conhecido.
Obs: Com efeito Nuno Melo é um deputado estudioso e esforçado, apresenta trabalho. Quem o vê na comissão parlamentar a inquirir os actores que, directa ou indirectamente, construíram a teia do banco dos ex-cavaquistas, o BPN, percebe que o deputado tem uma vontade vincada de se notabilizar aos olhos da opinião pública. Portanto, é natural que os referidos estudos de opinião apontem nesse sentido - em detrimento doutros deputados do "partido-smart" da democracia portuguesa que aparecem menos. Mas talvez fosse mais útil que o referido deputado fosse candidato a Lisboa - para ajudar Santana Lopes - a sair da mediania política em que se apresenta, e Portas fosse no lugar dele para as europeias. Bem sei que seria pedir muito ao "partido-smart", mas, de facto, o cds/pp - é Paulo Portas e pouco mais. É o partido político mais personalizado da democracia portuguesa. Tudo gravita em torno de Portas, que é o one-man show.. Todavia, estranho, para não dizer paradoxal ou mesmo bizarro, é o facto dos partidos escolherem os seus cabeças de lista em função do "totalitarismo" imposto pelas sondagens de opinião que medem o índice de popularidade dos candidatos. Esta "metromania" das democracias de massa só atrofia a democracia pluralista, envieza a participação dos cidadãos e converte o jogo político numa espécie de concurso de beleza de homens e mulheres que se afirmam na esfera pública por esta via "metrosexual" que a política portuguesa já interiorizou. O que é profundamente negativo. Bem sei que a tendência é generalizada, e não uma experiência típicamente portuguesa, mas podia fazer-se um esforço de autenticidade para dar à política o que é da política, e às sondagens de opinião aquilo que elas, de facto, merecem: indicações de voto e meros retratos instantâneos da realidade. Assim, a AR e a comissão parlamentar que inquire o caso do escândalo do BPN, ficará privada do seu "deputado-juíz", e isso é uma pena... Até para a Europa. Aliás, com Nuno Melo na Europa o caso BPN poderá mesmo ficar no limbo dos deuses. O que nos remete para uma conclusão inevitável: Melo faz mais falta cá dentro do que lá fora...
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