segunda-feira

Geithner apresenta plano público-privado para livrar bancos dos activos tóxicos

in RTP
O secretário do Tesouro Timothy Geithner apresentou esta segunda-feira os pormenores do seu plano de investimento público-privado (PIPP) com o objectivo de livrar a economia norte-americana do peso de 500 mil milhões de dólares em activos tóxicos que continuam a puxar o sistema bancário para baixo e a impossibilitar um arranque para sair da crise.
Trata-se de um plano ao mesmo tempo crucial para tirar os Estados Unidos do actual estado de recessão e uma prova de fogo para o próprio Geithner no mais alto cargo do Tesouro.
O plano de investimento público-privado (PIPP) apresentado por Timothy Geithner é a derradeira tentativa da Administração Obama para livrar os bancos das hipotecas que inicialmente desencadearam a crise no sector imobiliário e em última instância arrastaram toda a economia do país para o pior cenário dos últimos 70 anos.
O Estado norte-americano está assim disposto a direccionar entre 75 e 100 mil milhões de dólares (do pacote inicial de 700 mil milhões aprovado pelo Congresso para ajudar empresas e investidores) para a compra aos bancos dos activos tóxicos (‘toxic assets') - a que a administração prefere chamar de ‘legacy assets' - que estão a entravar toda a máquina das instituições financeiras do país e, por arrastamento, de todo o Mundo.
Atacar a raiz do problema Trata-se eventualmente da primeira tentativa de solucionar directamente a origem do problema da crise financeira mundial, com o Governo norte-americano, através da compra, a tomar uma medida para livrar os bancos das hipotecas (imobiliárias) que estão a arrastá-los para o fundo e a impedir que o sistema recupere a confiança e o capital volte a fluir entre bancos.
O próprio Timothy Geithner admite que se trata de uma estratégia que acarreta riscos, sublinhando no entanto que é nesta conjuntura completamente impossível à administração a tomada de decisões para fazer face à conjuntura económico-financeira sem que um certo grau de risco esteja presente.
"Não há qualquer dúvida de que o Estado está a correr riscos. Mas nós não podemos resolver uma crise financeira sem que o Estado assuma os riscos", declarou o secretário do Tesouro Timothy Geithner durante a apresentação de hoje.
Para distribuir o risco implicado nesta solução assente na compra dos activos tóxicos, a Administração norte-americana decidiu envolver os privados que deverão entrar à sua conta com parte do capital para adquirir as hipotecas problemáticas.
Geithner sublinha que se trata de uma fórmula que ao mesmo tempo que protege os contribuintes, ao dividir os riscos de perda com os investidores privados, permite por outro lado salvaguardar uma distribuição de lucros caso os activos venham com a recuperação do mercado a valorizar-se. (...)
Obs: Apoie-se o Plano e pense-se em algo semelhante para algumas economias europeias que hoje padecem do mesmo problema. Será que a Europa de Durão barroso pensa algo acerca disto?! Ou será que as boas ideias são só oriundas da cabeça de Gordon Brown...