quarta-feira

As diatribes do Marcelo. Um homem previsível

Marcelo Rebelo de Sousa pressionou anteontem, na RTP-1, Aníbal Cavaco Silva a anunciar que é recandidato a Presidente da República, lembrando que foi nesta fase do mandato (a dois anos do fim) que os antecessores o anunciaram. Mas o facto é que as datas históricas provam que não é assim. in DN
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Obs: Só quem anda distraído é que ainda acredita nas balelas analíticas do comentador. 70% delas (ou mais) visam condicionar uma realidade que ele procura formatar através da sua genialidade maquiavélica - procurando depois tirar partido das escorregadelas dos agentes políticos que faz cair. Só que Marcelo esquece-se de que mais vale um kantiano apurado do que um maquiavélico demodé, e de tantas diatribes que já fez só os parvos é que hoje ainda acreditam nele. Há anos que só ouço o comentador através do quarto dos mundos. Pode ser um respeitável docente mas é politicamente medíocre. Provou-o à saciedade nestes últimos anos.
Na política, o comentador teve três sonhos (todos falhados):
  • ser edil da capital, perdeu;
  • ser candidato a PM, e saíu pela porta do cavalo quando Portas abateu aquela aliança contra-natura psd-cds;
  • e agora, goradas aquelas duas tentativas, procura saber se cavaco quer "rapar o tacho" presidencial para se perfilar (ou não) ao Palácio Rosa.
    Marcelo é, sem dúvida, um grande malabarista e prestidigitador. Mas padece dum grave problema: tornou-se previsível.
    Hoje só ele é que ainda acredita nele. E isso, temos de convir, não basta para o eleger Presidente da República. Esgotado o mergulho do rio Tejo, resta-lhe as ondas do mar do Guincho.