terça-feira

O cavaquismo produziu duas "gémeas" de efeito assimétrico: Leonor Beleza e Ferreira leite. Quem salva a Manela???

Nota prévia - mais uma enormidade que só poderia ser soprada pela verborreia da srª governanta da Moviflor da Lapa: Ferreira leite - dixit.
Até o PCP criticou mais esta idiotice de Leite - que já é uma lástima no português corrente, quanto mais na criação de metáforas (que acabam por ter um efeito verdadeiramente auto-destruidor). Pior do que isto só o bébé na incubadora de Santana Lopes, para regressarmos a 2004.

O cavaquismo, além das estradas, das escolas, dos hospitais construídos com os fundos comunitários - ajudou a criar mais três coisas: uma classe média que até então não havia em Portugal e, de caminho, criou duas mulheres na vida política.
Ambas se destacaram, mas por razões distintas: Leonor Beleza - era hábil e inteligente, além de bonita, sedutora, sensível e culta. Tanto que nas décadas de 80/90 se falara duma paixoneta de Cavaco por ela, além do azar que teve na gestão do caso dos hemofílicos que atingiram o ministério da Saúde (que tutelava), de par com os problemas da Ponte 25 de Abril, sinalizaram o fim de 10 anos de cavaquismo que desenvolveu Portugal, abrindo caminho para a convergência com a Europa nos seus principais indicadores de modernidade e desenvolvimento
.

Mas se esse foi o activo e algumas das vantagens do cavaquismo, do lado do passivo e das desvantagens o saldo é negro. Um negro que tem nome e hoje é, para infelicidade do psd, dos portugueses, do governo e de toda a oposição, representado por esse género híbrido de "ditadura-democrata" que hoje Manuela Ferreira Leite inaugurou - ao defender as suas brilhantes metáforas - que não lembram o diabo.

O que Leonor Beleza tem em excesso - inteligência, capacidade de trabalho, beleza, vocação política - tem a Manela por defeito. O contraste é violento e abissal.

Jantava enquanto ouvia as enormidades de Ferreira leite, e a 1ª coisa que me ocorreu foi supôr que aquelas declarações foram proferidas pelo presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, mas depois como as críticas começaram a chover do lado do PS, do PCP e demais partidos políticos percebi que estava (ainda) em Portugal.

Curiosamente, encontrei hoje um jotinha do PSD muito triste que já não via há imenso tempo, que me testemunhava que a pior coisa que lhe sucedera na vida foi um acidente de carro - que o deixou parcialmente limitado nos movimentos - e, agora, esta liderança do actual psd que não beneficia ninguém, nem o próprio psd - que, confessemos, merecia melhor. Ouvi esse amigo, e fiz o que devia fazer: lamentar.

De facto, a srª Ferreira leite tem uma manifesta má relação com o português, por isso talvez não fosse má ideia ela importar os experts em comunicação que assessoravam Filipe Meneses para lhe darem uma ajudinha, até na produção de metáforas.

Se nada for feito, Ferreira laite arrisca-se a ficar no guiness da asneira em Portugal. Revelando uma capacidade de produção industrial de calinadas na razão inversa ao tempo que ocupa o poder na Lapa.

Nem quero imaginar como Cavaco Silva, o seu conceptor, se sente quando ouve e vê as bacuradas que a líder do maior partido da oposição e candidata a PM multiplica à cadência da luz. Revelando, além do mais, um terrível mau gosto e uma incomensurável estupidez política.

De facto, deixar Ferreira leite entregue aos seus auto-destruidores improvisos ainda é mais perigoso do que um pai entregar as chaves do carro ao seu filho adolescente depois de uma noite regada a Whisky.

Daí a pergunta óbvia: pergunte-se a Belém - quem hoje salva a Manela?!