A majistratura de "ocultação" de Cavaco Silva. A duplicidade política de Belém
Quando em Julho o PS-Açores quis impôr limitações constitucionais ao PR com base na necessidade de audição da prévia para dissolver a assembleia legislativa regional Cavaco insurgiu-se. Mas não o fez remetendo "a coisa" para o Tribunal Constitucional, como lhe competia, fez antes um anúncio à nação, na noite de 31 de Julho- garantindo-se, por essa via, que os portugueses levassem de férias Cavaco na bagajeira do carro. O País pasmou na forma da comunicação, apesar do PR ter razão na substância. Esta semana o deputado-"pateta" do PND, que é um partido resultante de um capricho de Manuel Monteiro que não serve para nada, ostentou na assembleia legislativa da Madeira o símbolo nazi e chamou nazis à entourage do Alberto. Resultado: o deputado foi impedido de entrar no parlamento regional no day after, ou seja, criou-se um caso excepcional que põe em causa o regular funcionamento das instituições, previsto na CRP - e que, nessa instância, obriga o PR a intervir. Mas Cavaco, ao que se sabe, adoptou critério diverso consoante as ilhas a que se reporta: - Nos Açores, porque estava em causa os seus podere(sinhos) constitucionais, berrou à nação como um Pavaroti (que Deus o tenha..) - quando a nação só pensava nas vacances; - Na Madeira do Alberto, que trata a ilha como uma extensão do seu próprio quintal e as empresas só ganham contratos públicos se forem do PSD - além do nepotismo generalizado na ilha em que cada laranjinha é ou foi afilhado do Alberto João, o prof. cavaco e Silva, Presidente de todos os portugueses, desenvolve diligências nos bastidores para não fazer estardalhaço no quintal do Alberto e também para não alarmar as hostes do PSD - e espantar o esprit da Manela - que, neste caso, também anda caladinha que nem um rato. No feminino, evidentemente!!! Já estou a ver o filme, quando Cavaco for abordado por um jornalista mais afoito - que não integre o jornaleco da sonae, e este lhe perguntar: porque razão não fez uma declaração pública no caso da Madeira, posto que estava em causa o regular funcionamento das instituições?! Cavaco, dirá: deixem-me trabalhar. Safa... Voilá, a duplicidade política de Belém em todo o seu esplendor. Há silêncios que são ensurdecedores (como diria o Torga nas Serras) e não convencem ninguém. Sugira-se ao PR mais seriedade, corência e transparência no tratamento das questões de Estado.
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