segunda-feira

Violência Doméstica, ainda...

QUE VERGONHA.., ANDA UMA MULHER A CRIAR UM HOMEM PARA ISTO...

in Portugal Diário:
Dezenas de milhar de mulheres dos cinco continentes manifestam-se este domingo em Vigo, Galiza, num apelo ao fim da violência doméstica e à igualdade de tratamento e de oportunidades em relação aos homens.
Promovida pela Marcha Mundial das Mulheres, a manifestação terá ainda como motes o apelo à paz e à desmilitarização e a exigência da soberania alimentar para os povos de todo o mundo.
A Marcha Mundial das Mulheres foi fundada em 1998, reúne actualmente 6.000 grupos femininos oriundos de 163 países dos cinco continentes e tem como grandes objectivos a luta contra a pobreza e a violência sobre as mulheres e a exigência de igualdade de oportunidades, nomeadamente no mundo do trabalho.
Segundo a responsável do movimento na Galiza, Victoria Iglésias, «há ainda um longo e penoso caminho a percorrer» para que as mulheres sejam «efectivamente reconhecidas como iguais aos homens» e tenham «as mesmas oportunidades e os mesmos direitos» no mercado do emprego.
«Em 2000, quando a Marcha realizou o seu primeiro grande encontro mundial, tínhamos a esperança de que o novo século significasse também uma nova realidade na forma como a mulher é vista e tratada na sociedade. Hoje, oito anos já passados, verificamos que nada mudou. Mas não podemos baixar os braços, vamos continuar a lutar», acrescentou.
A manifestação de hoje tem como grande palavra de ordem «Mudar a vida das mulheres para mudar o mundo e mudar o mundo para mudar a vida das mulheres».
Ver também este site:
Associação de Mulheres Contra a Violência, link.
Obs: Tenho para mim, e sem nunca ter reflectido sériamente sobre este tema problemático, que uma sociedade afectada pela violência do homem sobre a mulher e as crianças (ambas indefesas) - pela ordem natural das coisas - é uma sociedade tocada por uma certa loucura, socialmente desorganizada, pouco cívica, primata, machista e muito diminuída cultural e civilizacionalmente.
Quando um homem - para impôr um ponto de vista ou tomar uma decisão - recorre à violência sobre o mais fraco - aquilo que ele está a denunciar é, objectiva e subjectivamente, várias coisas: o seu carácter medíocre e uma personalidade debilitante, um desequilíbrio mental e emocional, um acesso de loucura (que pode institucionalizar-se como conduta recorrente) - tudo enquadrado por um background que acaba por tipificar o comportamento do agressor ainda que o deixe oculto, ou seja, ainda que "lá fora", na sociedade, esse indivíduo seja socialmente respeitado e considerado pelos seus pares - ele sabe, que no seu íntimo, ele não passa dum miserável-canalha, um canalha-miserável.
Não conheço os números e a sua evolução em Portugal, mas creio que a tendência da "selvajaria" tem vindo a perder terreno face à civilidade no relacionamento entre homem e mulher/crianças. Mas se, porventura, os números da violência do homem sobre a mulher em Portugal ainda são assustadores, neste 1º quartel do séc. XXI, então algo terá de ser feito de forma mais pró-activa entre o Estado e a sociedade.
Se assim for isto implica, como em tudo na vida, medidas preventivas e punitivas, ainda que o papel-mor nessa cruzada seja investido na Educação e na Cultura - referenciando a Escola - como alavanca essencial para estudar, debater e promover os valores, hábitos e práticas do civismo entre as pessoas.
Once again, a Escola poderá ser o farol que falta - para combater este tipo de violência (que deve ser fortemente criminalizada) neste 1º quartel do séc. XXI.