segunda-feira

Paul Krugman recebe o Nóbel e uma lição de Economia post-mortem de John Kenneth Galbraith. Deus escreve direito por linhas...

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L.A. Duhs (School of Economics, The University of Queensland)
J.K. Galbraith's heyday was in the 1950s-70s. He was one of the most cited economists of his time, and attracted much praise and blame. In 1994, Krugman was a caustic critic and dismissed Galbraith's influence as a victory of style over substance. He castigated Galbraith as but “a policy entrepreneur”, yet by 2004, Krugman appeared to have undergone a striking metamorphosis, and his New York Times columns (2000-2006) conspicuously echo Galbraith’s understanding of socio-economic issues. This newer Krugman questions consumer sovereignty, bemoans the power of producers, questions the uses to which State power is put, worries about a medical-industrial complex, and laments the hijacking of public policy by private interests. Is this new Krugman merely a journalist, who has left scientific economics behind, or has he 'seen the light' as to what really constitutes ‘good economics’ and a more holistic scientific procedure?
Obs: Sugira-se a Paul Krugman que seja mais modesto na manipulação das variáveis económicas para explicar a realidade, para não ter de engolir coisas que outros antes dele pensaram com rara assertividade.
Além da cultura sociológica e politológica de que Galbraith era senhor e que Krugman nunca será detentor. Depois o estilo também faz o homem, e, de facto, aquilo que Galbraith tinha em doses tonelares era estilo. Mas também tinha a rara percepção que lhe permitia descobrir tendências que estavam escondidas - e que ele desocultou com conceitos operacionais como affluent-society e Novo Estado Industrial (hoje seria o Novo Estado post-materialista) em atenção às intervenções massivas que o Leviatão tem concedido à banca para evitar colapsos sociais mais graves.
De resto, Galbraith enquadrava a Economia como uma ciência integrada noutras, como a política e a Sociologia (que se ocupa das mudanças sociais), o que tornava o seu ensino e compreensão mais agradável e sedutora, além de interdisciplinar. E como se isso não bastasse no imenso legado de Galbraith - este economista parece também ter tido razão (política) antes e depois do tempo em que viveu, já que o seu keynesianismo instutucionalista configurava - como é hoje - uma matriz e uma referência para a teorização de um novo liberalismo (com regras e regulação) impulsionador do novo progresso social - que hoje urge de um e do outro lado do Atlântico.
Dê-se, portanto, um pouco desse estilo a Krugman..., que, certamente, ainda terá muito a aprender...