Gostas de rosas?

Nota prévia: "Isto não é poesia, é vida",

cit. by Raquel V.[link]

Gostas de rosas?

Sim... Gostei um dia. Coleccionava-as, fotografava-as...

Diz-me...

Quanto tempo se passou Até já não se venderem rosas? Até deixares de mas ofereceres, E eu de tas pedir? Quanto tempo se esgotou Até perderem significado? Até o constatarmos?

Era rara uma zanga e ainda assim surgia uma rosa Para demonstrar que tudo era efémero... E acabou por ser.

Quanto tempo se escoou, Até te esqueceres de me dar a mão, Até não me lembrar de ter dar a minha? Abandonei-a perto de ti tantas vezes E estavas ausente. Tornei-me ausente.

Quanto tempo percorremos, Até tudo nos ser indiferente, Até não se venderem rosas, Até não possuirmos mãos?

Tornámo-nos imperceptíveis, Impalpáveis, um ao outro... As rosas tornaram-se pálidas, O tempo avançou sobre elas, Restando somente pó E pétalas quebradiças.

Lembro-me da rua, lembro-me que era um final de tarde. Lembro-me de não ter dito nada. Naquele dia soube que caminhávamos para o vazio e calei-me. Estava cansada. Fora mais um dia intenso de trabalho e nesse momento falhou-me a voz. Recostei-me no banco do carro e coloquei os óculos escuros de tal forma tinha a vista cansada. Anoitecia.

Devia ter-to dito. Pelo menos teria tentado.

Autoria de R.V. , blogue - A Páginas Tantas...

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Cunnie Williams - Life Goes On