segunda-feira

António Vitorino apelida de "recomposição cirúrgica" esta mexida no Governo

António Vitorino avançou hoje o conceito de recomposição cirúrgica para explicitar a mexida no Governo - que meio País já adivinhara, sendo apenas uma questão de tempo e modo. Parece que só Marcelo rebelo de Sousa é que tinha dificuldade em perceber esta evidência, depois coadjuvado pela Maria Flôr Pedroso em directo.
Mas daqui não se pode inferir que o analista soubesse da data e hora da queda do Muro de Berlim, o fracasso de Gorby, a morte de Boris Yeltsine ou qualquer outra adivinhação que pertence ao acaso, ao destino ou a forças maiores que o Homem não domina.
Por este andar ainda veremos - um dia - Marcelo virar-se para Flôr Pedroso, noutro directo, e dizer que António Vitorino há um mês que dispõe da chave do Euromilhões e trata por "tu" a chave do Totoloto, e só por capricho e teimosia - não a partilha com os portugueses, daí a razão deste empobrecimento colectivo. Por aqui se vê como seria um Governo formado por Marcelo: de bruxos, profetas e outros adivinhos.
Contudo, quando AV falou nas sementes da ex-ministra da Cultura cujos frutos António Pinto Ribeiro irá, porventura, recolher, fiquei com vontade de saber que sementes foram essas, pois Isabel Pires de Lima - desde que se indispôs com o Comendador Joe Berardo - nunca mais ficou bem-disposta, e carecia disso para (poder) negociar com esses feudos múltiplos que sempre povoaram as capelinhas de teatros, associações e outras agremiações que ficam sob a tutela do Ministério da Cultura, no Alto da Ajuda onde Santana Lopes, pasme-se, um dia tomou posse como PM a toque de lexotans.
Entrou Pinto Ribeiro na Cultura, um homem com uma cultura jurídica, política e com mundo além da ductibilidade de um "Charles Maurice de Talleyrand" que bem precisa para negociar com esses feudos que integram o MC, como sublinhou AV.
Passando por cima das declarações do Director da PJ, que agora reconhece ter havido precipitação em considerar que os pais de Maddy foram (indevidamente) considerados arguídos neste crime sem castigo, confesso que apreciei ter visto AV apoiar Barack Obama nas eleições à Casa Branca - por ser o candidato mais genuíno, culto e portador de potencial de mudança capaz de transformar a América nessa tal Audácia da Esperança - em ordem a Recuperar o Sonho Americano.
Por mim, também creio que com Barack Obama na Sala Oval o que for bom para a América é bom para o mundo, fechando-se assim um ciclo de políticas reactivas que nenhum alcance tiveram na história política contemporânea.