segunda-feira

Notas Soltas - pelo Macro -

Notas breves sobre o referendo ao Tratado de Lisboa - que não divide a sociedade portuguesa, mas poderia dividir o processo noutros países da UE. Se podemos consolidar-nos em torno da Europa porquê criar nó górdios para nos desunirmos (ainda) mais? Se podemos viver em harmonia, com mais coesão económica e social e competitividade, então por que razão buscamos a cisão, a fragmentação e, no limite, arranjar o caldo de cultura política para multiplicar os "Não" francês e holandês à Europa?
Passámos a vergonha do referendo ao aborto que não registou mais de 200 mil votantes, um Estádio da Luz por encher. Fazer o referendo ao Tratado de Lisboa seria alimentar o pasto aos dois partidos anti-sistema que da Europa só pretendem o dinheiro que de lá vem (BE + PCP), mas depois não querem assumir algumas das suas imposições e disciplina comunitária. Pergunte-se ao Anacleto Louçã e ao camarada Jerónimo - se não querem regressar aos caminhos de cabras da Albânia..., seu modelo de desenvolvimento económico e social ainda não há muito tempo.

Em matéria de escolha do local para construir o aeroporto internacional de Lisboa - cabe sublinhar a fórmulação de António Vitorino, de facto, a entrada do LNEC no terreno teve a virtude de retirar da discussão política as tricas e toda a intriga que ali campeava, remetendo a decisão para o nível em que ela há anos já devia estar: na posse das melhores informações técnicas com base nas quais a decisão estratégica se deve alicerçar. De preferência, tomando em linha de conta uma área plana, que permita grande operacionalidade de vôos, mais baixo custo, condições de segurança e uma maior longevidade do projecto quando a opção Alcochete é comparada com a Ota, uma imposição provínciana dos eco-fundamentalistas. O governo decidiu bem, pena ter sido tão tarde. Mas Sócrates sempre fez mais nuns meses do que os governos Durão & Santana juntos durante anos, que nem sequer tiveram a coragem política de sacar o projecto da gaveta, onde estava cheio de bolôr...

Aqui Cavaco pontuou, a CIP também, enfim, um sinal prático da cooperação estratégica (e empresarial) entre Governo e PR. Aqui a convergência foi tanta que Cavaco poderia ir para S. Bento uns meses, Socas permanecer em Belém umas semanas - que ninguém estranharia.

Quanto à ASAE - é uma instituição importante para garantir a nossa segurança alimentar, mas, por vezes, como sublinhou AV, e bem, aquele corpo especial parecia que estava a fazer o desembarque na Normandia para terminar com a Guerra. Ora, a ASAE, nem o cabo-chefe sr. Nunes, não integra o Grupo de Operações Especiais (GOES) para andar por aí pelas feiras de Portugal a ameaçar gente simples que vive do seu trabalho e que precisa de ser ajudada, mas não ao estilo anti-terrorista. A ASAE não deve meter só uma mão, mas o par delas na consciência e adequar os seus meios aos fins em vista sob pena de ainda ser confundida com uma força de segurança pessoal do Kadafi. Coisa a evitar em Portugal...

Quanto à convocação do governador do BdP à Comissão de Orç. e Finanças da AR também não poderíamos estar mais de acordo com António Vitorino, pois o equilíbrio reside no bom senso. O que significa que Constâncio não deveria ir antes de amanhã, dia da AG do bcp, nem depois de 24, mas quando houver eleições e o governador puder dar um esclarecimento sem os perdigotos nerm as tensões do costume motivado pelo sangue quente de Meneses - que anda por aí a lançar ultimatos ao Governador que, em rigor, já há muito deveria ter actuado quando os problemas do bcp eclodiram e nada fez, ou arquivou.
O mesmo se diga para a CMVM, ou CVM, segundo Joe Berardo...