segunda-feira

Comentários sobre o - Notas Soltas de António Vitorino -

A ameaça terrorista deve ser levada a sério, sobretudo quando a informação vem aqui do lado e é credível, pelo que não se deve facilitar. Além de que Portugal é "virgem" neste tipo de atentados, e não devemos esquecer que Durão barroso arrastou Portugal para a Guerra do Iraque (a troco da qual ascendeu a Comissário da UE), onde já morreram milhares de civis inocentes, pelo que não será de afastar a possibilidade de um raio terrorista aqui cair. A vantagem, nesse estreitamento de linha de informação estratégica visa, várias coisas: diluir as guerras interdepartamentais que existem entre os organismos de recolha e tratamento de informação (SIS, PJ, PSP, SEF), aumentar o grau de vigilância e de operacionalidade no espaço nacional, dissuadir mais e melhor eventuais agressões ou atentados. Eis o passivo da globalização, agora ampliado pela intensificação dos fluxos de pessoas entre continentes - e nem todas elas são animadas de bons instintos. Algumas matam.
Instituir, como lei, a graduação do perigo, risco e ameaça com base nos vários níveis pode conduzir, como sublinhou AV, e bem, a um jogo de blufs que, a prazo, fica sem efeito na psicologia das multidões - que deixa de saber em que acreditar, de facto. Será desejável que a Intelligence faça o seu trabalho de forma tão discreta quanto eficiente - desarticulando atentados e protegendo as populações quem nem deverão saber que, naquele momento, àquela hora, estariam em perigo se a Intelligence não funcionasse. Como na banca - também na Inteligência do Estado a discrição é meio caminho para a eficácia, o que pressupõe fazer as coisas certas, e fazer certas as coisas. Doing the righ things, doing the things righ...
Imbróglio maior do que o bcp não (deve) existir: são muitas offshores para Vitor Constâncio - que actuou tarde e algo defensivo. A fuga aos impostos no País de origem através desses paraísos fiscais, a ocultação de informação por parte de 17 paraísos fiscais - é cadastro a mais para "um Constâncio só" que deveria ter sido mais pró-activo e agora balanceia. Aguarde-se pelo apuramento das investigações e do consequente apuramento de responsabilidades, que até as autoridades de supervisão monetária norte-americana envolve. Uma coisa é certa, se Jorge Jardim Gonçalves vivesse e trabalhasse na terra do Tio Sam há muito que já não dormia em casa...
Sugestão criativa: o bcp que continue a fazer campanhas de Pub. inteligente (de preferência melhores do que a do Banif - que são uma verdadeira idiotice de impercetibilidade) para cativar os papalvos a lá depositarem as suas poupanças num país de tesos, salvo Big Joe, naturalmente - que ainda vai descobrir petróleo na cave do millenium. Mas isso ainda é segredo.
Neste quadro negro, afigura-se óbvio que o psd e cds têm de atacar politica e pessoalmente V.Constâncio por, indirectamente, apoiar ou simpatizar com CSF, que encabeçou a lista vencedora na corrida pela liderança ao bcp, sendo que a lista de Cadilhe tinha Bagão Felix e mais uns quantos da Lapa e do Caldas, e esta gente quando se trata de negócios costuma marcar as pessoas, como os criadores de animais fazem com o gado, se me permitem a analogia e sem ofensa para ninguém, naturalmente (pois trata-se duma analogia). Apesar de se tratar duma estória de contornos verdadeiramente animalescos...
Por último, a nova Lei autárquica - a bem dizer é quase uma vergonha (digo eu). Em meu entender é a consagração do duopólio partidário em Portugal com incidência local, o que limita a democracia e o pluralismo, por mais que isto custe ao psd e ps - que se alternam nas principais autarquias do país. E aqui António Vitorino, confesso, foi coerente consigo próprio e disse o que lhe ía na alma, que melhor fora que o bónus das maiorias não se traduzisse numa hegemonia, e que fosse o primeiro da Lista mais votada que organizaria a composição da sua equipa e, em caso de não dispôr de maioria absoluta, negociasse esse entendimento político na AM com aquela força política que convergisse nessa programa - sem a conhecida turbulência que temos assistido em Lisboa por causa duma lei anacrónica eleitoral autárquica que permitia que o psd chantageasse quem tivesse ganho as eleições, uma vez que dispunha da maioria absoluta (artificial) na AM.
Pois para aqueles analistas da treta, intra e extra-blogosfera que se ufanam a repetir que AV é demasiado parcial com o PS, quiça até mais do que o marcelo para com o psd (o que não seria dificil neste caso a avaliar pela medíocre liderança que assaltou a Lapa) tem aqui a prova provada de que a verdade às vezes entra-nos por baixo a 700 e saí-nos pelos tímpanos à velocidade do som, para igualar o speed daqueles F-16 que a semana passada andaram a matar coelhos em Penamacor.
Com ou sem caça(s), Portugal virou um País perigoso num mundo não menos ameaçador...