Amanhã o espírito de Mário Soares pairará sobre o Mosteiro dos Jerónimos
Notas Prévias: Amanhã é Dia grande, mas atenção: a resolução de uma conflitualidade e de um impasse institucional não é o anúncio da ordem mundial futura. Não é por causa da assinatura dum tratado que a prosperidade, a paz e a democracia se garantem, mas ajuda... Hoje, o contexto geoestratégico, geoeconómico, tecnológico, ambiental é profundamente diverso do ambienta vivido em 1985. Hoje a perda de relevância dos espaços nacionais territoriais é acompanhada por uma valorização do tempo social, que passou a ser o referencial básico onde as outras dimensões assentam: o comprimento, a largura, a altura e, claro, o tempo cronológico. Ora, é esta dimensão do tempo social que permite localizar e integrar cada sociedade no seu campo de possibilidades de modernização e desenvolvimento. Na prática, é esse tempo social/cronológico - acelerado com a globalização competitiva - que também veio colocar a questão estratégica da orientação temporal, ou seja, desmontar a dicotomia entre uma orientação para o passado e uma orientação para o futuro, entre um presente-passado e um presente-futuro - que amanhã deverá vingar na assinatura do Tratado de Lisboa - que "matou" o velho impasse europeu. Numa palavra: agora não há desculpa para não implementar a Agenda de Lisboa - equacionada ao tempo de Guterres - em que se pretendia fazer da Europa o espaço económico, social e cultural mais desenvolvido do mundo. Regra geral, as sociedades com elevado potencial de modernização são aquelas em que o tempo social está orientado para o futuro. Ao invés, as sociedades tradicionais estão referenciadas a um tempo passado. Entre estas duas leituras e campo de possibilidades (passado e futuro) há uma zona intermédia ocupada por aquelas sociedades que ainda estão a desenvolver o seu potencial de modernização, e aquelas outras sociedades que já estão a perder potencial de modernização, consequentemente estão a empobrecer. Se estas são sociedades desvitalizadas, em maturação e declínio, aquelas são sociedades com vitalidade e com vontade de mudança. Veremos amanhã, e nos dias, semanas, meses e anos que se seguem - se Portugal e a Europa no seu conjunto - integram o pelotão das sociedades dinâmicas e atractivas na globalização competitiva ou se enfileiramos nas sociedades frustradas no seu desejo de modernização, sem capacidade de atractividade e em plena decadência.
Aceitam-se apostas...
Vemos alí Mário Soares a assinar, em Lisboa, o Tratado de adesão à CEE, em 12 de Junho de 1985. Rui Machete, Jaime Gama e à ilharga o gigante - o prof. Ernâni Lopes, ministro das Finanças de então.
Arquivo Diário de Notícias
A opção europeia definida pelo I Governo Constitucional presidido por Mário Soares concretizou-se na adesão de Portugal às Comunidades em 12 de Junho de 1985, iniciando um período de investimentos em infra-estruturas e no desenvolvimento e modernização do País, graças à utilização dos instrumentos de coesão económica e social.
The european option defined by the First Constitutional Government presided by Mário Soares, led to the accession of Portugal to the Communities on the 12th of July, 1985. It was the beginning of a period of investments in infrastructures and in the development and modernization of the country, thanks to the economic and social cohesion instruments available.
Obs: Creio que amanhã o Tratado de Lisboa irá prestar homenagem a Sócrates, por ser o grande artífice deste desencalhanço politico-institucional da Europa a 27 - no âmbito da presidência portuguesa; a Mário Soares (por razões históricas) - e que o PM recuperou no âmbito da facilitação das relações económicas que Soares cultivou com Hugo Chavez da Venezuela por nutrirem um ódio comum ao mesmo sujeito: G.W.Bush; e à própria UE - que agora não terá mais desculpas para não pensar largo o tipo de papel e missão que deverá ter no mundo, como definir a sua política externa e de alianças e instrumentos de cooperação para o desenvolvimento que deverá construir com o chamado "Terceiro Mundo" (ACP). E já agora, por amor à verdade, também uma palavra à memória de Francisco Sá Carneiro que apesar de não estar na chapa também foi dos que rasgou caminho - para aproximar Portugal da Europa cujo desfecho alí se assina.
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20 anos da Adesão de Portugal e Espanha à CEE
Agostinho da Silva - Salazar, Capitalismo e CEE
Mario Soares (Soares é fixe)
Momento de lazer...("matança política", hoje a estória repete-se, mas com Socas no lugar de Santana. A história é mesmo sacana)
José Sócrates na AR - 14/10/2004
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