terça-feira

O pequeno grande debate do "Pê-Êsse-Dê". Os clones da Lapa

Hoje parece que é o grande dia para MMendes, mas também o é para LFMeneses. Ambos terão oportunidade de dizer mal um do outro em directo, apesar de terem feito um trajecto convergente no cavaquismo e fora dele. Hoje será com tremenda dificuldade, certamente suavizada pela demagogia populista de Menezes, que este se tenta diferenciar de MMendes: onde este diz que algumas funções económicas e sociais do Estado devem ser privatizadas, Menezes dirá que o deverão ser na totalidade, até o O2 que respiramos deverá ser privatizado ou, à contrário, estatizado.
Com Menezes é assim, ora pugna pelo neoliberalismo absoluto ora defende o estatismo máximo no quadro das funções económicas e sociais do Estado. Menezes é alguém que faz o pleno da rotação e acaba por se fintar a si próprio, e depois cai com tonturas: na Saúde, no Ambiente, na Economia e nas Finanças, na Educação - tudo em Menezes é um excesso, um excesso-de-excesso, por isso talvez ele se torne excessivo, até para MMendes - que só quer ser razoável e combater Socas. Contra quem, de resto, tem perdido todos os debates da Nação na Assembleia da República nestes últimos dois anos de governação rosa.
Não me surpreenderia que no final do debate, se não houver pugilato antes numa versão rasca de Nortistas vs Sulistas do séc. XXI, e o estúdio da sic concebido pelo arqº Tomáz Taveira (Taveira!!, again - Oh my God...) aguentar firme e hirto, MMendes diga que o seu oponente interno não é "homem" para Socas, ele sim, ele é que é muito homem.
Até lá resta-nos aguardar para ver e ler as diferenças entre estes iguais. Apesar de um pretender ser mais igual do que o outro, doutro modo não se aproximará de Sócrates - que segue um pouco mais à frente.
Mas falemos claro: após constatar que Menezes não é senão um clone versão bairrista de MMendes, pergunto-me que clone de Socas estará hoje em gestação no PS?!
PS: É lamentável que a Sic não tenha integrado nesse debate o 3º elemento à corrida para a liderança do PsD. Isto revela que a sic tem uma visão redutora da sociedade, do Estado e da política. Esperemos que a fazer televisão, a produzir informação e comunicação não reflicta o mesmo sectarismo, pois a médio e longo prazos quem perde share é o Balsemão - que, como jornalista, sempre proclamou os direitos de participação e a liberdade de expressão que agora o seu canal limita ao impedir a participação nesse mesmo debate do 3º elemento.
Até chego a pensar que é dele que emanará um novo governo pela mão do PsD. Enfim, qualquer coisa hoje será melhor do que a dupla-maravilha de Mendes & Meneses.