O Marcelo do "Avante". O desejo de fazer o "pleno", o sonho de Belém...
Como é sabido a tradicional festa do Avante está em gestação: os reformados deixam a sueca e os copos de três das colectividades onde reforçam as condições de saúde das suas cirroses para irem montar andaimes e electrificar as infra-estruturas na dita festa na Amora-Seixal. Os novos vão à boleia para beber uns copos, curtir um som, fumar uns charros e namorar nos intervalos das pedradas e enquanto a serenidade deixar. A coisa repete-se por entre o fumo das bifanas e os arrotos do costume, sendo que o ambiente não dista muito daquele outro verificado à boca dos estádios de futebol quando há benficas, sportings e portos. É o chamado ambiente de fartura, aquilo a que no vulgo se denomina: "peido & coice". Este também é um retrato do Portugal moderno e modernizado do 1º quartel do séc. XXI, e é pena que assim seja, mas enfim. O que se estranha em toda esta fumarada nem é tanto que grupos terroristas participem na festarola, para mim o mais estranho é que o douto Marcelo Rebelo de Sousa, alguém de direita, que em certos casos ainda tem menos vergonha do que o seu ex-consorte de alianças (Paulinho das Feiras) - tenha participado o ano passado, e este ano - para ser coerente - também o deveria fazer. Dito isto, como ele diz, eu digo o seguinte: Marcelo não faz nada ao acaso, cada gesto é calculado, cada sorriso amarelo sopesado, cada ventilação de livrinho racionalizado. Tudo alí é feito ao pormenor, ele é um prof. Sendo assim, é lícito perguntar o que levará alí Marcelo, pois nem ideológicamente, nem pessoalmente, nem programáticamente... nada alí o atrai ou prende. Então, o que o fará correr naquela direcção?! Como o dito é um político calculista, arrogo-me no direito de supor que marcelo alimenta um sonho antigo, frustradas as demais esperanças de ser edil de Lisboa, ministro ou mesmo PM. Resta-lhe Belém, e assim lá vai Marcelo para a festarola do Avante plantar eucaliptos na esperança de que alí germinem algumas sementes, secando tudo à volta... Contudo, tenho para mim duas coisas: a sementes são tão beras quanto o solo em que são depositadas, pelo que alí só nascem calhaus, e se Marcelo julga que por festarolar no Seixal vai fixar eleitorado do pcp para uma (sua) putativa candidatura a Belém daqui por 2/3 anos - está bem enganado. Não porque o pcp (não) vote no dito, mas porque os portugueses mais lúcidos já conhecem a peça. E conhecendo-a preferem mil vezes que ele esteja onde está fazendo análise do que ir para Belém dar mergulhos numa piscina vazia. Se fizer asneira em matéria de análise será mais uma trapalhada analítica, sem consequências de maior; se for fazer desgraças para Belém é Portugal e os portugueses que sofrem, e isso é mais grave. Diga-se a Marcelo para deixar de ser idiota, porque alguma blogosfera já o conhece melhor a ele do que todos os deputados do hemiciclo desde 76.
<< Home