quinta-feira

A entrevista da rtp a Socolari. Uma redundância branqueadora. Vamos longe, vamos...

Tento ganhar alento para continuar a ver esta entrevista mas não encontro forças para prosseguir. Má na forma e no conteúdo.
Na forma vejo um homem tolhido pelas circunstâncias que ele próprio criou. Redundante, com um afluxo de sangue na zona ocular anormal, denotando uma tensão extraordinária, vestido com um casaco verde que me faz lembrar o dos coveiros do Alto de S. João, etc.. Pouco rigoroso, trapalhão, confuso...
No fundo, estava alí um homem sem resultados para apresentar, pedindo desculpas aos patrões, à UEFA e sei lá mais a quem. Só faltou pedir desculpas a Cavaco, ao Laurentino Dias e ao jogador sérvio agredido. Depois cometeu a indelicadeza de sobrelevar o nome de uns jogadores omitindo o nome de outros, o que é fatal para um treinador da selecção nacional cuja função é moralizar todos por igual. Depois daquela entrevista alguns jogadores sentir-se-ão elogiados, mas os outros (que foram omitidos) frustrados e desprezados. Isto não se faz, revela estupidez e falta de sensibilidade e liderança. Que ele diz ou julga ter...
Seria, análogamente, como o Primeiro Ministro elogiar uns ministros e desprezar outros que integram a sua própria equipa. Ou como aquele pai que chega a casa e, pelo Natal, oferece uma Honda 1100 xx a um dos filhos a ao outro dá-lhe um bilhete para ir ao Chão da Lagoa ouvir as bordoadas do Alberto João ladeado pelo seu discípulo Marques Mendes - que agora também se queixa da RTP que antes controlava. Velhos tempos..
Depois disse mais uns disparates que nem vale a pena comentar. Não houve alí ideia de futuro, rasgo ou estratégia directora para ganhar os jogos que faltam e um alento de esperança para os próximos tempos. Pois mesmo que se esforcem os jogadores da selecção nacional - doravante - olharão sempre para Socolari como um homem diminuído, e quando este exigir um esforço acrescido a qualquer jogador será um crédito que poderá não ser debitado em prol da equipa por causa do tal efeito psicológico que fragmentou o conjunto resultante deste episódio de pugilato frustrado. Dado que aquela esquerda foi curta, muito pronunciada e lenta. Terá, porventura, de fazer um estágio através dos filmes do velho Belarmino ou do Tarzan Taborda - cujas receitas lhe ensinarão algo nessa especialidade do soco sem magoar...
Tudo visto e somado, tratou-se duma entrevista com um único propósito: dar palco ao homem para que Socolari volte a pedir desculpas aos patrões, à UEFA e aos portugueses, assim suaviza a imagem negativa que deixou e aplaca o caminho para que o inquérito disciplinar em curso pelas entidades competentes seja meigo no apuramento dos resultados e tudo se esqueça como dantes, quartel-geral em Abrantes.
É, também, para isto que se fazem as grandes entrevistas da dona Judite, em horário nobre e, ainda por cima, no serviço público da rtp paga pelos nossos impostos. Uma vergonha, pior ainda do que a do gesto que a gerou. Melhor fora que entrevistassem os seguidores do Pre. Américo, os meninos da rua, os malucos do Júlio de Matos e do Miguel Bombarda ou apresentar um documentário sobre a importância do legado da Madre Teresa de Calcutá no 3º, 4º e 5º mundo. Aqui terei dificuldade em inscrever um certo Portugal da Bola que hoje, lamentavelmente, campeia por aí...
Ou, como alternativa, Dona Judite (!!!) - porque não dar algum tempo de antena ao Dalai Lama que veio a Portugal e entrou pela porta do cavalo e sairá pela coxia de serviço. Ao menos, com Dalai Lama tínhamos todos a garantia de uma ponta de filosofia e de raciocínio neste país de tanga (herdado do Zé Barroso) que anda preocupado com a Bola e com o casal mais farsante do mundo, o mesmo que para se safar à justiça e angariar uns milhões de euros até se fez receber pelo Papa.
Isto, confesso, faz-me lembrar aquela estória do rapto do Papa e depois pedir a cada católico do mundo 1 dólar pelo resgate. O dinheiro que não se arrecadaria...
Ante toda este projecto de País, pergunto-me: onde fica o exílio?! Se calhar é mesmo no Alto de S. João com o casaco (verde) do coveiro...

PS: Mais valia a esposa do Seara de Sintra ter entrevistado o Dalai Lama em lugar de fazer perder tempo aos portugueses, até porque o sr. Socolari já havia pedido desculpas "n" vezes aos portugueses. Mas nós percebemos bem o objectivo dessa entrevista, que foi, objectivamente, o de condicionar a actuação da FPF e da UEFA. Isto só em Portugal... Se fosse o presidente da Académico que tivesse dado um estalo no árbitro a coisa não passaria dum fait-diver apenas coberto pelo jornal regional.

Ou então, como alternativa, a dona Judite poderia convidar conjuntamente o Alberto JOão da Madeira e o MMendes para contar as anedotas do rescaldo do Chão da Lagoa. Pelo menos sempre animava as hostes...