quinta-feira

O microfilme, o caso kate McCann

CUIDADO COM ESTA MULHER: SIMULA, DISSIMULA E PELA CERTA NÃO LEU SUN TZU. O QUE FAZ DELA UM AGENTE AINDA MAIS PERIGOSO E IMPREVISÍVEL. UM PEQUENO "DEMÓNIO" NA CIDADE...
Quando cada um de nós se levanta e choca com o espelho deve dizer o que gostaria de ter sido. Eu, por exemplo, desejaria ter sido piloto, assim veria o mundo todo debaixo dos meus olhos, mas tinha uns dentes chumbados, passei a ter vertigens e após o 11 de Setembro só consigo andar de barco, carro e a pé. Até o motão tive de me desfazer dele porque as velocidades começaram a interferir com os meus neurónios, e também com a conta bancária.
Aparte isto, e é este o ponto relevante, esta senhora deve acordar a pensar que poderia ter sido a Kate Moss do século, igualmente cadavérica, mas lá conseguiu ser modelo ante o mau gosto colectivo dos júris de serviço da moda global. Mas como não foi, e se viu a braços com três crianças, duma já se desfez (!!!), deve ter feito contas à vida e chegado a más conclusões: ser mãe não é boa coisa, sobretudo quando se tem um marido preguiçoso que não ajuda na gestão doméstica. E a quem também deverá cunhar de "histérico", como a peça faz aos filhos.
Mas o essencial nos procedimentos a haver da parte da PJ - recuperar o diário e desmantelar o carro objecto de alegado crime - são muito interessantes, e remetem o meu imaginário para o problema das avarias dos carros que tenho tido ao longo da vida. Pois sempre que a máquina se avariava era necessário comprar uma peça, e sempre que a procurava lá batia na oficina de serviço que, de entre as cerca de 3 mil peças que um automóvel comporta, o técnico - após identificar o que se tratava, apanhava a micro-ficha relativa à peça, via a sua série, ano e outras indicações técnicas e só depois a levantava no sector onde se encontrava.
Ou seja, o recurso ao microfilme é mais compacto do que o papel e com um custo de armazenamento menor. Depois, permite armazenar grandes quantidades de informação de forma estável, qualquer biblioteca utiliza esse sistema. Por último, é fácil de ser usado. Por vezes, é apenas necessário recorrer a uma lupa, instrumento que qualquer "sapateiro" dispõe na sua dispensa.
Daqui decorre o seguinte: achei muito boa ideia a PJ tencionar desmantelar a viatura que alegadamente transportou Madeleine (já cadáver) para local incerto. Foi no local da roda sobresselente que se encontraram grandes quantidades de cabelo compatíveis com o ADN de Mady, desconfio que se desmontar o resto do veículo mais pistas se identificarão.
Um pouco como nas minhas idas ao técnico do microfilme em busca da peça desejada. E algumas vezes a peça vinha errada, era necessário regressar ao microfilme e ver com mais atenção e despistar o erro. E com a investigação criminal é exactamente assim, de erro em erro até à verdade final.
Aliás, o erro é uma verdade a aguardar vez, como diria o Vergílio Ferreira. Da dona kate, não dou, nunca dei um chavo, acho mesmo que se conversasse com ela 3 minutos de forma espontânea a "maria" trocaria as mãos pelos pés. Creio que o desenlace da ocultação reside nela, e será nela - agora com o advogado de permeio a fazer de zona tampão e de escudo protector - que o nó-górdio se irá dirimir.
Mas para mim, esta é uma estória sacana, i.é, a estória duma mãe transloucada que para se safar à justiça procura por todos os meios (com a cumplicidade do marido e de mais uns quantos sacanas) dissimular provas, ocultar passos e informações quando, em rigor, seria muito mais fácil confessar o alegado acidente, levar uma pena mais leve e, de seguida, tratar-se num estabelecimento psiquiátrico.
Porque, em rigor, aquela senhora deve ser uma mulher muito desequilibrada, e não o passou a ser em Maio de 2007, já o era há muitos, muitos anos.
Veja-se agora a notícia...
O diário de Kate é fundamental para os investigadores da Polícia Judiciária, que o encontraram aberto na vivenda alugada pelos McCann depois do desaparecimento de Madeleine do Ocean Club. (in CM) O diário não foi apreendido por se enquadrar, juridicamente, no âmbito da correspondência privada, mas foi analisado pelos investigadores policiais. Por não poder ser valorado como prova, os elementos da PJ pediram agora ao procurador do Ministério Público que requeresse a sua apreensão formal. O que terá de ser feito pelo juiz de instrução, em despacho próprio, de forma a que o mesmo não venha depois a ser invalidado.
Ainda segundo o CM apurou, a importância do diário é considerada elevada. Naquele, Kate revela traços da sua personalidade. Queixa-se frequentemente que os filhos são “histéricos” e fala de Madeleine como uma criança cujo excesso de actividade lhe consome as forças. Conta também que Gerry não a ajuda nas tarefas familiares e que recai sobre si a obrigação de tratar dos mais pequenos. O CM sabe ainda que Kate revela também pormenores do dia 3 de Maio. Não confessa qualquer crime, mas descreve as horas anteriores ao desaparecimento de Maddie.
Ontem, um jornal inglês dizia ainda que a PJ pretende também apreender o computador pessoal de Gerry. O objectivo será aceder à sua caixa de mensagens, diligência que nunca foi feita por os pais só agora serem formalmente suspeitos.