quinta-feira

António José teixeira e as fontes. O financiamento partidário debatido na tsf

Foto picada no Jumento por reporte ao seu Editorial relativo ao caso Somague/PSD financiamento partidário/corrupção - a que o sr. António teixeira se referiu como sendo de "Alguém" - que, pelos vistos, é da autoria do novel heterónimo do Jumento. "Alguém" anda a copiar o Fernando Pessoa...
Notas prévias do Macro:
Este António José teixeira é cá um brincalhão... Vejamos: hoje a tsf dedicou o tema à discussão do financiamento partidário, por referência, claro está, ao escândalo resultante do pagamento pela Somague duma factura do PsD ao tempo de Durão barroso, o trânsfuga hoje em Bruxelas. A dado passo, o referido jornalista, que até tem formação jurídica, e depois de dizer as suas opiniões por demais previsíveis, referiu: houve até "alguém" na blogosfera que se referiu a uma "Omerta à portuguesa".
Bom, eu creio que as regras deontológicas ligadas ao sector do jornalismo não devem ser só aplicadas aos patrões que pagam os ordenados nem às soit-disant vedetas dos "Vascos e dos Pachecos" de serviço que alguns (por falta de capacidade e de massa crítica) copiam piamente - que fazem num mês aquilo que alguma blogosfera faz num dia. Quando era suposto que um jornalista - por ter citado um "título" de uma reflexão na blogosfera depois se refere ao seu autor como "alguém" - até me apetece dizer que o autor da reflexão infra não é pertença do Jumento mas do brincalhão do António josé teixeira. Que, por ser teixeira, espero não seja nada ao teixeira Duarte, o tal que pagou a factura e configura um crime contra a República, contra a Democracia e o rule of law deste miserável país..
O sr. António Teixeira - que tem responsabilidades públicas evidentes, a última das quais na direcção do DN donde foi talvez injustamente despedido pela janela, de forma ainda pior do que fizeram ao Paulo teixeira Pinto no Bcp, deveria ter mais cuidado com as fontes, i.é, não as omitir, não as cilindrar - citando o texto e ocultando o seu autor - neste caso o Jumento - mas poderia ser eu próprio ou qualquer outra pessoa que escreve na blogosfera com regularidade e com respeito pelos outros e, por sinal, infinitamente mais e melhor do que o referido jornalista.
É cá um brincalhão este Teixeira, para a próxima não dê mais um mau exemplo aos seus colegas jornalistas, evocando o título do texto e omitindo o autor, fica mal, assim as pessoas até vão pensar que foi ele - Teixeira - que o escreveu. Isto tem nome e chama-se corrupção ou decadência moral.
Confesso, no fim de toda esta atrapalhação mental, já estar convencido que o texto abaixo não é de autoria do Jumento mas já é pertença do sr. António teixeira, por usucapião, claro está!!!
Caso Somague: a omertà à portuguesa [Editorial do Jumento]
Se as nossas “elites” tivessem feito um pacto de silêncio em torno do Caso Somague os resultados seriam exactamente aqueles a que estamos a assistir, parece que meio país está apostado em que o caso seja esquecido. A “onorata società” portuguesa foge do tema como o diabo da cruz, quase todos evitam falar no assunto como se de sarna se tratasse.
Por cá ninguém fala, no PS, principal adversário político devem ter deixado de ler jornais, os outros partidos ficaram mudos, até o Miguel Portas diz no Parlamento Europeu que não há nada de suspeito, os chamados “senadores”, como Jorge Coelho e Dias Loureiro, ainda devem estar nalguma cave de Cancun à espera que o “furacão” passe, Saldanha Sanches, o campeão televisivo do combate à corrupção e da fuga ao fisco, não se pronuncia, os analistas políticos devem estar de barriga ao sol e o Marcelo optou por reflectir sobre a sua campanha presidencial para daqui a nove anos.
É evidente que ninguém se mete nem com a Somague nem com os amigos do Compromisso Portugal, o preço a pagar por tal pode ser muito alto. Todos juntos representam uma boa quota do mercado de que vivem os que manipulam a opinião pública portuguesa, o mercado da publicidade e o mercado dos pareceres inúteis. Uma intervenção inconveniente pode custar uma campanha publicitária ou um parecer que daria para pagar o Smart para a filha mais velha.
Se estivesse em causa umas notas entregues num saco de plástico por um pato bravo da construção civil não faltariam filas de comentadores às portas dos estúdios das televisões, primeiras páginas com entrevistas às amantes do pato bravo e intervenções dos nossos distintos comentadores. Mas o presidente da Somague não é nenhum pato bravo, a teia de relações em que se movimenta representa uma elevada percentagem do PIB, como diria um qualquer assessor de Sócrates.
Atingir a Somague seria atingir um deles, seria atingir uma rede de interesses que controlam uma boa parte do nosso país, da comunicação social ao sistema político. As “somagues” não pagam apenas a políticos, delas vivem muitos dos nossos académicos, jornalistas, jurisconsultos, consultores, “senadores” e comentadores. Com o seu dinheiro já foram eleitos autarcas, presidentes e primeiro-ministros.
A verdade é que este silêncio não é casual, as nossas elites vivem das mesmas gorjetas que alimentam os partidos, ninguém está interessado em que se fale do assunto, estamos perante uma omertà à portuguesa.
Obs: Infelizmente esta omissão cirúrgica das fontes sucede ao nível da melhor blogosfera, que serve em inúmeros casos de ponto de partida para alguns jornalistas fazerem depois os seus cozinhados nos respectivos jornais, por uma simples razão: é que alguma dessa blogosfera é melhor - qualitativa e quantitativamente - (além de ser de borla) do que aquele jornalismo previsível que hoje se pratica no jornalismo clássico, e a forma mais rápida de a fazer esquecer é não a citar, ou citá-la só às metades.
Isto além de lamentável configura também uma novel modalidade de corrupção moral resultante das novas guerrinhas entre a clássica mediasfera e a hiper-criativa blogosfera. É que hoje já não se vendem tantos jornais porque os leitores estão a acordar para a seguinte realidade:
"Então, se eu posso ler mais e melhor opinião na blogosfera por que razão terei eu de gastar 1 cêntimo a sujar as mãos mexendo nos jornais de papel!?"
Sendo certo que, dessa crise (ou lucros cessantes da venda de jornais), muitos jornalistas são despedidos ou vão para a rua com "uma mão atrás e outra à frente", o que também não deixa de ser injusto...
A conduta de alguns jornalistas é algo que para mim é tão previsível como nos desertos haver areia..., e nos oceanos água!! No jornalismo e em "alguns" jornalistas - poeira.