sábado

Queima de livros e referências on line. Quem terá sido o censor??

cit. do blog Sobre o tempo que passa, de José Adelino Maltez
"Tenho certo pudor em referir casos em que sou vítima, mas não posso deixar de anotar que, hoje, ao passear por certos motores de pesquisa, ao clicar em http://www.iscsp.utl.pt/cepp, verifiquei que os novos donos do poder da minha escola, ao inaugurarem o chamado "novo site", decidiram fazer "delete" de milhões e milhões de "bytes", num arquivo que, quando ainda era actualizado, andava por meio milhão de entradas.
O acto de saneamento e censura tem um ilustre responsável, com nome e tudo. E tem naturalmente outros responsáveis por omissão. Por agora, apenas registo a ocorrência daquilo que qualifico como repressão académica.
É evidente que nunca reivindiquei divulgar o "site" no portal da entidade estadual em causa, como já acontecia. Mas não parece académico limpar todas as raízes, mesmo de um arquivo sem actualizações. Não sei mesmo se o novo professor bibliotecário também eliminou os meus livros da biblioteca da escola.
Ainda estou surpreendido com esta actividade de certos funcionários públicos neste Estado de Direito. E peço aos habituais leitores que me ajudem a saber como posso garantir a aplicação de regras constitucionais de aplicação directa, em defesa da liberdade de ensinar e aprender.
Não estamos a falar metaforicamente de uma formal página de professor, de um pequeno "weblog" ou de um mero "mail", mas de um espaço que contava com cerca de meio milhão de consultas, disponível em todos os motores universais de pesquisa: são cerca de 183 MB (182.246.466 "bytes") disponibilizados publicamente, em cerca de 12 000 ficheiros, até para que se cumprisse programa subsidiado com dinheiros públicos.
Por outras palavras, em termos práticos, são centenas de livros que desaparecem dos ficheiros públicos, depois de longos anos de consulta livre, dado que ilustres gestores da coisa que devia ser pública, usam os títulos de "utl" e de "pt", para um higiénico, ou incompetente, "delete". E tudo aconteceu pela calada das férias e em pleno Agosto." posted by JAM 8/17/2007 07:49:00 PM
Obs: Quando soube deste acto execrável de censura e de apagamento intelectual, científico, histórico nem queria acreditar. Se a coisa fosse comigo talvez fosse curial identificar o sujeito autor da canalhice; conhecer as suas motivações, saber quem o apoia nessa "proeza", e processá-lo por crime intelectual ou outro conexo que a lei (ou os costumes e a moral dos homens de bem) deverá cobrir para casos idênticos. É que, convenhamos, "filhas-de-putice" deste teor não deverão ficar impunes, até para que tais crimes de razão não voltem a ocorrer, porventura mercê de alguma vendetta pessoal, institucional ou outra que não será difícil de deslindar, ainda por cima em pleno Agosto. Pensou-se em tudo, apesar da alegada e planeada previsibilidade.
Veremos os desenvolvimentos deste novo tipo de crime (e de criminosos) - que directa e indirectamente, por acção ou omissão, nele participaram. Para já, identificar e desmascarar os fautores do crime de Agosto seria uma prioridade. Os rostos desses "novos donos do poder vingativo" (ou outro) deverão ser conhecidos, e nada melhor do que a Net para lhes dar cor, brilho, lux e contexto nesta tecitura da malvadez on line. Assim, todos passaremos a ver melhor e a tropeçamos menos...
Um dos poderes e efeitos positivos do Rizoma é, segundo creio, tirar a máscara aqueles que só actuam com ela e fracturam a rede. E nem a vida real nem a virtual pode (e deve) ser uma palhaçada pegada. Até porque não pagamos para este tipo de circo.
The show should go one...