sexta-feira

Evocação de Sérgio Vieira de Melo: um homem excepcional. Um poema de Cavafy

ONU lembra ataque que matou diplomata brasileiro no Iraque
Sérgio Vieira de Mello morreu em atentado em Bagdá que matou 22 pessoas há quatro anos GENEBRA - Os funcionários da sede da ONU em Genebra fizeram nesta sexta-feira, 17, um minuto de silêncio para lembrar o quarto aniversário do atentado contra o escritório da organização internacional em Bagdá, que terminou com 22 mortes, incluindo a do diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello. "Suas contribuições à paz não cairão no esquecimento", disse o diretor do escritório europeu da ONU, Serguei Ordzhonikidze, no ato de lembrança às vítimas, entre elas o brasileiro, que era representante especial no Iraque. Em seu breve discurso, Ordzhonikidze falou sobre a recente decisão do Conselho de Segurança de ampliar a presença do órgão multilateral no Iraque, que avaliou como "mais uma prova do compromisso das Nações Unidas com o povo iraquiano". No entanto, Ordzhonikidze ressaltou que "qualquer operação nesse país estará submetida às condições no terreno" e, nesse sentido, lembrou que "a segurança do pessoal sempre foi uma preocupação para a organização". A ONU ainda não divulgou quantos trabalhadores destinará ao Iraque, nem os prazos dessa mobilização, mas já vieram os protestos do Sindicato de Empregados das Nações Unidas que consideram que a situação ali é muito perigosa. Após o atentado com carro-bomba de 17 de agosto de 2003 contra o escritório de Bagdá, as Nações Unidas retiraram grande parte de seu pessoal que estava no país. A partir de abril d 2004, no entanto, começaram a retornar e atualmente quase 300 funcionários internacionais e 393 iraquianos trabalham tanto no Iraque quanto na Jordânia e no Kuwait. Tags: Sérgio Vieira de Mello, ONU, Iraque O que são TAGS?
Nota do Macro:

Evocamos aqui, de novo, Sérgio Vieira de Melo. Um homem verdadeiramente excepcional. Um homem universal.

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Tratava-se dum homem bom, inteligente e sensível que procurava devolver segurança e paz às populações. Numa entrevista à BBC, com uma rotação de raciocínio fulgurante, constatei que punha tudo o que era em tudo o que fazia.
Dedicou-se, de facto, a construir uma “catedral” de direitos, mesmo quando apenas cumprimentava gente simples e esfomeada, sem tecto nem família. Mais do que um enviado de Kofi Annan, SVM era um mensageiro de Cristo que peregrinou na terra para ajudar o homem a ser menos imperfeito.
Antes de morrer, parece ter sugerido que tout est dangereux ici-bas, et tout est nécessaire. Até o Iraque. Tudo mostra que o homem leva uma vida dupla: uma concreta e uma abstracta. Naquela estamos abandonados a todas as tempestades da realidade, a sofrer, a morrer como um animal. Na outra, estamos acima de nós próprios, ante o esquema em miniatura do nosso trajecto de vida. O gap entre ambas diz-nos se somos alheios ou espectadores lúcidos do nosso próprio fim.
Por tudo isto, SVM ampliou o sinal kantiano do progresso da humanidade mostrando que Deus é brasileiro…, mesmo quando perde o Mundial de Futebol.
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Boião de cultura. Um poema em memória de Sérgio Vieira de Melo...
Constantino Cavafy
QUANTO PUDERES
Se não podes fazer da vida o que tu queres, tenta ao menos isto, quanto puderes: não a disperses em mundanas cortesias, em vã conversa, fúteis correrias. Não a tornes banal à força de exibida, e de mostrada muito em toda a parte e a muita gente, no vácuo dia-a-dia que é o deles - até que seja em ti uma visita incómoda. 90 E Mais Quatro Poemas (1913)