quinta-feira

O apagão ao Centro de Estudos do Pensamento Político. O absurdo existe, a canalha "académica" também

O ABSURDO EXISTE E O MAIS CURIOSO É QUE ELE BROTA DA UNIVERSIDADE PORTUGUESA QUANDO DAÍ DEVERIA IRROMPER CULTURA, NOVOS VALORES...
Imagine o leitor que tem um acervo de informação especializada guardada no baú de sua casa. Depois, com a modernice da revolução informática e a com a possibilidade de alojar essa informação em suporte electrónico, transpõe para lá esse informação. A mesma que estava no baú e que doravante permite o acesso e partilha a milhares de pessoas com interesses comuns e lá acedem para se valorizarem científica e culturalmente.
Aquilo que era uma "não existência" passou a um sistema composto de interacções, de consultas em função da onda que se gerou proporcionada pela tal possibilidade da rede das redes que é a Net. Porém, num ápice, alguém, que tem peso e responsabilidade numa organização e influencia um conjunto de serviços e funcionários agregados, decide pela calada de Agosto mandar outro "alguém" carregar num botão, o Delete - e apaga instantaneamente aquele acervo de informação tecido ao longo de anos.
Do ponto de vista institucional, burocrático e até político acho que nada irá ficar como está. Ou seja, os media pegaram no assunto e até hoje a Revista Sábado na sua pág. 28 reporta esse novo pesadelo. O DN ontem fez o ponto de situação, não me admiraria nada que o Sr. Reitor - sob pressão da opinião pública e publicada - já se tenha resolvido a agendar audiência ao catedrático lesado, José Adelino Maltez, e amanhã o caso esteja em sede de avaliação na PGJ e na Inspecção Geral do Ensino Superior(IGES).
Depois - seguindo a minha teoria da não admiração - o caso deverá ser levado à Assembleia da República, e alguns dos senhores deputados, mormente os mais ligados aos meios infotecnológicos deverão preocupar-se com a situação, pensarão em legislação de protecção de dados, os media, por seu turno, e já com algumas ambiguidades esclarecidas, perguntaram aos novos censores as verdadeiras motivações dessa razura infotecnológica, e de que aqui deixamos uma breve bateria de opções:
1. Pura sacanagem de Verão mas que poderia ser de todas as estações
2. Vingança académica com requintes de malvadez
3. Inveja pela cadência do trabalho científico desenvolvido, denunciando fontes (pobrezinhas) doutros docentes que assim veriam apagadas a fonte da concorrência;
4. Avareza dos novos censores que assaltaram o poder burocrático na referida escola que já foi de Adriano Moreia
5. Ira académica pelos "apparatchicos espertos"
6. Gula por mais poder à custa da destruição do trabalho alheio
7. Soberba - por aqueles alegados censores julgarem estar na posse duma verdade absoluta - julgando que as pessoas acreditam na explicação/justificação dada pelo referido apagão.
Todos os contornos conhecidos publicamente deste lamentável caso prefiguram, desde já, um grave crime infotecnológico praticado numa Instituição de ensino pública pagaos com dinheiro do Estado. I.é, com os impostos de todos nós - contribuintes, por isso este pecadilho deverá ser investigado até às últimas consequências, e até o próprio ministro da Ciência e Ensino Superior - o prof. Mariano Gago, também ele um docente e um cientista qualificado, deverá agora intervir políticamente no sentido de coadjuvar nessas investigações e de apurar o que se passou.
A lição provisória que desde já tiro é que urge evitar que aqueles pecados capitais se perpetuem na Academia lusa, a educação, a ciência, a cultura, o próprio ensino (presencial ou acedido via Rizoma) jamais deverá ser tecido nas teias do medo, da crueldade, da vendetta privada ainda que feita à sombra de instituições públicas.
Estes métodos sempre foram maus conselheiros, improdutivos, geradores de mais vingança larvar no seio das instituições e no coração dos homens.. Mas também compreendo que hoje a natureza dos homens, mormente os que estão dirigindo esta bolsa de procedimentos mais ou menos ocultos com o fito de penalizar terceiros e a comunidade de estudantes que acedia ao CEPP (Centro de Estudos do Pensamento Político), acabam por denunciar o estatuto de escravidão em que caíram os fautores deste novo crime infotecnológico, escravos que são das paixões desgovernadas que os atingiram e que amanhã a PGR, a IGES, os media, as pessoas de bem, os homens cultos deste país, dentro e fora da Rede - irão compreender quem fez esta sacanice infotecnológica, quando, onde e porquê.
Quando identificarmos com rigor estes dados não poderemos deixar de lamentar o carácter "coxo e míope" em que o Homem ainda vegeta neste 1º quartel do séc. XXI, apesar de achar que estamos revivendo a barbárie medieval do séc. XII - alí para as bandas de Monsanto - e que já foi da rua da Junqueira - junto ao Rio Tejo donde partiram as caravelas que em 500 fizeram a gesta dos Descobrimentos.
PS: Assinar esta petição [link] é um dever cívico, intelectual e moral, um gesto contra a miopia e o coxismo académicos que tolhem hoje a Academia lusa e a levam para um poço fundo e escuro...