Iraque: mais de 200 mortos
"Mais de 200 pessoas morreram e outras tantas ficaram feridas", indicou à AFP Dakhil Qassim Hassun, o presidente da câmara de Sinjar, cidade do norte da província de Ninive, onde ocorreram ontem os atentados, em duas localidades habitadas por uma minoria religiosa. De acordo com responsáveis locais e militares iraquianos, quatro camiões armadilhados, um dos quais um camião cisterna, explodiram nas localidades de Al-Khataniyah e Al-Adnaniyah, habitadas por uma população composta por seguidores da seita dos yazidi, um credo pré-islamita. A Casa Branca já qualificou estes atentados de "bárbaros", acusando os extremistas de "impedirem que o Iraque se transforme num país estável e seguro". A comunidade yazidi, estimada em cerca de 500 mil pessoas, é uma minoria curda instalada no norte do Iraque que considera a figura do Diabo como o "chefe" dos anjos e que conta com três deputados nos 275 assentos do Parlamento iraquiano. No passado dia 7 de Abril, uma multidão yazidi apedrejou até à morte uma jovem de 17 anos, também ela yazidi, por esta se ter casado com um jovem muçulmano, um acto considerado uma ofensa para os valores conservadores dos yazidi. O apedrejamento foi filmado e divulgado pelo mundo inteiro, causando uma polémica mundial e a condenação da comunidade internacional. O Iraque está completamente mergulhado num caldo de violência inter-religiosa, apesar dos 155 mil soldados americanos estacionados no país, 85 mil dos quais estão em Bagdad.
Obs: É claro que seria um exagero referir que tais atentados são uma emanação deste quarteto da desgraça que vemos na imagem supra. Mas, de facto, foram esses quatro sujeitos que mergulharam o Iraque nesta guerra civil agora agravada pela conflitualidade intereligiosa. A entrada dos EUA no Iraque representou o destapar da panela de pressão e agora nem os soldados norte-americanos conseguem limitar os estragos, pacificar o país e conduzi-lo para a via democrática e do desenvolvimento. Tudo visto e somado este quarteto da desgraça tem imensas responsabilidades naquilo que de mau sucede hoje ao país que já foi do carniceiro de Bagdad e que teve o fim que teve. Vivemos, de facto, tempos bárbaros, apesar de já nos encontarmos no III milénio.
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